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Estado de Minas

Adolescentes nos EUA seriam menos 'adultos' que os da geração de 1970


postado em 19/09/2017 16:31

Os adolescentes americanos de hoje estão cerca de três anos atrás dos da década de 1970 quando se trata de fazer sexo, ingerir bebidas alcoólicas e trabalhar, disseram pesquisadores nesta terça-feira.

O estudo, publicado na revista Child Development, baseou-se em uma análise de sete pesquisas amplas em âmbito nacional com 8,3 milhões de adolescentes entre 1976 e 2016.

As pesquisas procuraram descobrir como as pessoas com idades entre 13 e 19 anos passavam o tempo e com que frequência se dedicavam a atividades adultas, como beber álcool, namorar, trabalhar de forma remunerada, dirigir ou ter relações sexuais.

Os pesquisadores encontraram uma "mudança cultural ampla", destacou o estudo.

Os adolescentes nos anos 2010 "são menos propensos a ter um trabalho remunerado, dirigir, namorar, beber álcool, sair sem os pais e ter relações sexuais do que os adolescentes nas décadas anteriores", afirmou.

Essas mudanças foram evidentes em todo o país, e independentes de raça, gênero e nível socioeconômico.

"A trajetória de desenvolvimento da adolescência se tornou mais lenta, com os adolescentes crescendo mais lentamente do que antes", disse a autora principal do estudo, Jean Twenge, professora de psicologia na Universidade Estadual de San Diego.

"Em termos de atividades para adultos, os jovens de 18 anos agora se parecem com as crianças de 15 anos de antes", comparou.

- Mais tempo on-line -

Os pesquisadores sugeriram que passar mais tempo on-line, um hábito que aumentou "de forma acentuada", poderia ser um fator essencial nessa mudança.

Enquanto alguns sugeriram que mais trabalhos de casa ou atividades extracurriculares estão desviando a atenção dos adolescentes dos comportamentos de adultos, o estudo descobriu que não era esse o caso.

"O tempo dedicado a essas atividades diminuiu entre os alunos do oitavo e do décimo ano (13-16 anos) e ficou estável entre os alunos do 12º ano (18 anos) e universitários", afirmou.

Seja qual for o motivo, os pesquisadores disseram que parece que os adolescentes hoje levam mais tempo para abraçar os riscos e as responsabilidades da vida adulta.

"Este novo grande estudo certamente parece contrariar a sabedoria comum de que as crianças são obrigadas a crescer cada vez mais cedo na nossa sociedade cada vez mais complexa", disse Michael Grosso, presidente de pediatria e diretor médico do Hospital Huntington, em Nova York.

"Claro, as tendências baseadas na população podem obscurecer o fato de que, para muitos indivíduos e grupos, a história pode ser diferente", acrescentou Grosso, que não esteve envolvido com a pesquisa.

De acordo com o pediatra Victor Fornari, pode haver uma vantagem nesta tendência.

"Se podemos atrasar o consumo de álcool e a entrada na intimidade adulta, isso em geral é uma coisa boa", disse Fornari, diretor de psiquiatria infantil e adolescente do Hospital Zucker Hillside em Glen Oaks, Nova York.

"Espero que isso resulte em menos problemas de alcoolismo adolescente e menos gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis", disse à AFP.

Mas a quantidade crescente de tempo que as crianças passam on-line também é uma preocupação, acrescentou.

"Não é normal que as pessoas passem horas em vários sites de mídia social", disse Fornari, que não participou no estudo.

"A verdadeira questão será nos próximos 10-15 anos. O que aprenderemos sobre os adolescentes que entraram na era do computador com o iPhone de seus pais quando tinham um ano de idade, e que têm visto vídeos do YouTube desde antes de que tinham dois anos?", questionou.

Ele pediu aos pais que limitem o tempo que seus filhos passam na frente das telas e que estimulem que eles façam atividades ao ar livre, descubram livros e brinquem com outras crianças e adolescentes.

"Queremos que nossos filhos se envolvam com atividades físicas, leitura e não gastem tanto tempo em dispositivos", disse.


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