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Estado de Minas

Maria Callas, uma estrela única no firmamento lírico


postado em 15/09/2017 08:31

Quarenta anos depois de sua morte, Maria Callas, "la divina", continua sendo uma referência para as jovens cantoras líricas e um ícone para o público apreciador desse gênero, como mostram duas exposições dedicadas à artista em Paris e Milão.

"Se a pergunta é: há outra Callas? A resposta é: não", garante Tom Volf, diretor do filme "Maria by Callas", autor de vários livros sobre a cantora e comissário da mostra que começa nesta semana nos arredores da capital francesa.

"Se costuma dizer que para cantar 'La Traviata' são necessárias três vozes em uma única soprano, mas Callas são mil vozes em uma só voz!", diz Stéphane Grant, produtor de uma série de emissões na França sobre a artista.

Nascida em 2 de dezembro de 1923 em Nova York como Sophia Cecilia Anna Maria Kalogeropoulou, de pais gregos, Callas debutou em Atenas em 1939/1940 com "papéis muito duros, como Cavalleria rusticana, Tosca, que requerem muita voz, projeção e força", lembra Grant.

"Canta na Itália óperas de Wagner e ao miemo tempo em Florença 'Os Puritanos' de Bellini, que é a antítese de Wagner e requer uma voz elegíaca, à qual ela dá sua força. Depois dela, ninguém fez nada igual! Nesse momento começou a revolução Callas".

"Mudou a forma como se interpreta a ópera", lembra a soprano australiana Jessica Pratt, que nesta terça-feira canta em um teatro de Paris um dos papéis míticos de María Callas, Lucia di Lammermoor".

"Para mim, como para muitas jovens cantores de hoje, continua sendo uma fonte de inspiração formidável".

Um de seus principais legados foi ter revalorizado o "bel canto" italiano (Bellini, Donizetti, Rossini), aliando virtuosismo e força de expressão.

"Fez que se voltasse a escutar uma parte do repertório que não se ouvia há um século - salvo algumas exceções -, porque havia caído no esquecimento ou porque os intérpretes eram coloraturas, sopranos com vozes leves, doce, nos agudos, que não tinham a força dramática necessária para esses papéis", segundo Grant.

- Trágica -

"Callas tinha precisamente isso, além da característica trágica no cenário, que dava até a seus papéis mais estúpidos. Me refiro a 'A sonâmbula' de Bellini, sublime no plano musical mas bastante boba como história. Ela a transformou em uma ópera extraordinária".

Também adotou um papel de tragédia em sua vida. Se separou de seu esposo Giovanni Battista Meneghini, com a esperança de casar-se com seu grande amor, o magnata grego Aristote Onassis, mas ele preferiu Jackie Kennedy.

A exposição "Maria by Callas", em La Seine Musical - novo templo da música nos arredores de Paris- apresentará vários filmes inéditos, tanto sobre sua vida (como um filmado no barco de Onassis por Grace Kelly) como sobre sua música.

Tom Volf entrevistou pessoas próximas à soprano, como seu mordomo e sua empregada, e reuniu arquivos sem precedentes, montando uma exposição que inclui duas horas de música e mostra o salão e o camarim de "La Divina".

A Scala de Milão, testemunha de seus maiores triunfos, lhe consagrará uma noite especial nesta quinta-feira, data da inauguração da exposição "Maria Callas no cenário - Os anos da Scala".

Por seu 40º aniversário de morte, a Warner Classics reedita também um estojo com 42 CDs de gravações "ao vivo".

"Quando nos mergulhamos nos ao vivo é fenomenal", conta Grant. "De repente, Callas entona uma nota por cima coro, é magnífico!"


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