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Estado de Minas

Mítica, mágica e única, Ferrari completa 70 anos


postado em 08/09/2017 17:16

Alguns de seus modelos podem alcançar milhões de euros nos leilões e seus carros continuam entre os primeiros lugares nos circuitos de corrida do planeta. A Ferrari celebra em alta seus 70 anos neste fim de semana.

Durante três dias, a marca celebrará seu aniversário no norte da Itália. Primeiro em Milão, nesta sexta-feira, onde serão reunidos cerca de 500 modelos esportivos da Ferrari, depois em Módena e, por último, em Maranello, sede da fabricante.

"A Ferrari é uma marca mítica: tem um histórico maravilhoso em circuitos de velocidade e representa a cúpula do automobilismo", explica à AFP Patrice Vergès, especialista em história do automóvel.

Em uma Ferrari, há "magia", sobretudo pelo "barulho" que faz. "Ter uma Ferrari e chamar a atenção dos demais faz parte do jogo", diz.

Esta saga única na história do automóvel começou em 1929, quando o famoso cavalo preto apareceu pela primeira vez nos carros de corrida da Alfa Romeo, que tinha entre seus pilotos um tal de Enzo Ferrari. Esse carros competiram entre 1929 e 1938.

Mas foi necessário esperar até o ano 1947, no pós-guerra, para que o Ferrari 125 S, o primeiro modelo nascido da imaginação de Enzo Ferrari, saísse da fábrica de Maranello, perto de Módena.

O 125 S já exibia o cavalo preto, uma homenagem a Francesco Baracca, piloto italiano da Primeira Guerra Mundial que tinha esse símbolo pintado em seu avião.

A mãe de Baracca, morto em combate em 1918, "me disse um dia: 'Coloque nos seus carros de corrida o cavalinho galopante do meu filho. Vai te dar sorte", contava Enzo Ferrari, que pôs o cavalo sobre um fundo amarelo, a cor de Módena, sua cidade natal.

Os Ferrari, que rapidamente deixaram uma marca no imaginário coletivo, estão ao alcance de poucos, visto que podem custar entre 150.000 e um milhão de euros. E os futuros proprietários têm que ter paciência: no ano passado, o diretor executivo da Ferrari, Sergio Marchionne, reconheceu que era necessário esperar até três anos para adquirir uma Ferrari 488.

- "Fábrica de sonhos" -

A marca, que se separou do grupo Fiat Chrysler (FCA) no final de 2015 e é negociada nas bolsas de Milão e Nova York, registra resultados invejáveis: 3,1 bilhões de euros de volume de negócios em 2016, com apenas 8.014 carros entregues, e um lucro líquido de 400 milhões de euros, uma alta de 38% em relação ao ano anterior.

A Ferrari propõe "um artesanato industrial de enorme qualidade, que acompanha com um diálogo muito próximo com os seus clientes", diz Carlo Alberto Carnevale Maffè, professor de estratégia na Universidade Bocconi de Milão.

"Conseguiu incorporar as exigências dos seus clientes, introduzindo em seus processos manufatureiros muita personalização: os volantes, assentos, o interior...", com compradores que são recebidos na fábrica para que deem seu toque pessoal, explica.

Segundo ele, uma Ferrari é algo que "se merece". "Você tem que fazer parte do clube. Há muitos alpinistas sociais, novos ricos que querem ser admitidos nele, mas são olhados com certo receio".

A Ferrari costumava ser "uma marca para entusiastas", assegura Vergès. "Precisava ser, porque seus carros quebravam o tempo todo, embora, claro, ninguém admitisse isso".

Hoje isso mudou, considera o historiador, e a Ferrari se tornou "uma marca de burgueses endinheirados" que compram os carros como "investimento".

Apesar de tudo, a marca pode se gabar de ter fabricado o carro mais caro já leiloado, um Ferrari 335 S Scaglietti de 1957, vendido em Paris por 32 milhões de euros, no início de 2016.

E nos circuitos, a escuderia em atividade mais antiga da Fórmula 1 continua nos primeiros lugares. Em seu 70º aniversário, talvez possa ganhar o melhor dos presentes: o título mundial de pilotos com o alemão Sebastian Vettel, atualmente o segundo da classificação, apenas três pontos atrás do britânico Lewis Hamilton e sua Mercedes.

Após 68 temporadas na modalidade rainha do automobilismo, a escuderia tem um histórico impressionante: 228 vitórias em grandes prêmios, 721 pódios, 16 títulos de campeão do mundo de fabricantes e 15 de pilotos.

Ferrari "não é uma fábrica de carros", é "uma fábrica de sonhos", resume Carnevale Maffe.


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