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Estado de Minas

Espanha: polícia suspeita que atentados foram cometidos por célula de 12 membros


postado em 18/08/2017 22:01

A investigação sobre os dois atentados que deixaram 14 mortos e mais de 120 feridos na Catalunha, na Espanha, avançou rapidamente nesta sexta-feira, revelando a existência de uma célula de 12 membros que passou à ação precipitadamente após o fracasso de seu plano inicial.

O delegado-chefe da polícia regional, Josep Lluís Trapero, afirmou em uma entrevista para o canal regional TV3 que 12 pessoas podem estar envolvidas nos atropelamentos em massa de Barcelona e Cambrils, cerca de 120 km ao sul.

Entre os 12 suspeitos, quatro foram detidos entre quinta e sexta-feira e um continua sem paradeiro conhecido. As autoridades divulgaram a identidade e uma foto do suspeito em fuga. Trata-se de Younès Abouyaaqoub, um marroquino de 22 anos.

Outros cinco homens foram mortos na madrugada de sexta-feira em Cambrils, depois de atropelar vários pedestres com um carro. A polícia identificou formalmente nesta sexta-feira três deles. São os marroquinos Moussa Oukabir, Said Aallaa e Mohamed Hychami, de 17, 18 e 24 anos, respectivamente, todos habitantes de uma localidade do norte da região, Ripoll, segundo a polícia.

Os outros dois suspeitos foram identificados, segundo Trapero. Um morreu e suspeita-se que o outro também, depois da explosão de uma casa em Alcanar, 200 km ao sul de Barcelona, onde o grupo supostamente preparava bombas.

O delegado disse ainda que os agentes não identificaram o motorista da van branca que gerou pânico nas transitadas Ramblas de Barcelona.

Às 16H50 (14H50 GMT) de quinta-feira, a van branca atropelou dezenas de pedestres na cêntrica avenida de Barcelona, matando 13 personas e deixando mais de 120 feridos. O ataque foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Horas depois, um automóvel atropelou várias pessoas, matando uma delas no passeio marítimo de Cambrils, antes de se chocar com um veículo da policia regional, a Mossos d'Esquadra.

Os cinco ocupantes do carro, que carregavam cinturões de explosivos falsos, um machado e uma faca, foram mortos pela polícia. Um único agente matou quatro deles, segundo um porta-voz das forças de segurança.

- 'Não tenho medo' -

Menos de 24 horas depois dos ataques, um país consternado viu uma manifestação excepcional: o rei Felipe VI, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, e seu contraparte catalão, Carles Puigdemont, junto a milhares de cidadãos, observaram ao meio-dia desta sexta um minuto de silêncio em Barcelona, em homenagem às vítimas, seguido de um longo aplauso aos gritos de "no tinc por" ("não tenho medo" em catalão).

A avenida Las Ramblas, uma concorrida via de pedestres onde ocorreu o atropelamento, ficou colorida em memória das vítimas, com altares improvisados com flores e velas e cartazes com dizeres como "Las Ramblas choram, mas estão vivas".

"Barcelona e Las Ramblas devem continuar sendo um símbolo de paz e de acolhida", disse à AFP Cristina Olivé, uma enfermeira barcelonesa.

O clima comemorativo ficou tenso brevemente na tarde desta sexta, quando cerca de 20 manifestantes de extrema direita tentaram protestar nas Ramblas aos gritos de "chega de mesquitas", mas foram vaiados pelos presentes com gritos de "fora fascistas".

Pedindo unidade, o chefe de Governo Mariano Rajoy expressou, em Barcelona, que "é muito importante que sejamos capazes de trabalhar juntos, como uma equipe", em uma mensagem velada ao governo separatistas catalão, que anseia separar-se da Espanha.

- Massacre maior evitado -

O massacre, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), poderia ter sido muito pior, admitiu a Polícia.

"A tese com que estamos trabalhando é que já estavam se preparando há algum tempo nos arredores do domicílio de Alcanar", um município 200 km ao sul de Barcelona onde, na noite de quarta, ocorreu uma explosão, afirmou o comissário-chefe da Polícia catalã.

A explosão na casa onde supostamente eram preparados explosivos evitou atentados de maior envergadura, afirmou Trapero. Foram retirados do local vários botijões de gás, que possivelmente serviriam para a fabricação de bombas.

Os terroristas precisaram agir "de forma mais rudimentar, seguindo a marca dos outros atentados em cidades europeias", prosseguiu.

Nesta sexta-feira, continuaram aparecendo histórias trágicas de famílias afetadas pelos ataques, que deixaram vítimas de pelo menos 35 nacionalidades. Uma hispano-argentina de 40 anos, Silvina Alejandra Pereyra, está entre os mortos, informou a chancelaria argentina.

"Desaparecido em Barcelona", diz a mensagem postada no Facebook por Tony Cadman, pedindo o compartilhamento da foto de seu neto de sete anos, que desapareceu no ataque das Ramblas

Logo abaixo do texto, vê-se a fotografia de um menino sorridente com casaco verde e o nome da escola, a quem identifica como seu neto Julian Alessandro Cadman.

"Encontramos Jom (minha nora) e ela está (em condição) grave, mas estável no hospital", mas o menino ainda não apareceu, diz a publicação

Dos 126 feridos nos dois ataques, 61 receberam alta, mas 17 continuam em estado crítico, informou o organismo.

A Espanha, o terceiro destino turístico mais popular do mundo, tinha estado até então à margem dos recentes ataques extremistas que o EI realizou em França, Bélgica, Alemanha e Reino Unido.

Mas, em 11 de março de 2004, o país foi cenário dos piores atentados extremistas cometidos na Europa, quando várias bombas explodiram em trens na região de Madri e deixaram 191 mortos. Os ataques foram reivindicados pela Al-Qaeda.

A Catalunha tem a maior concentração de islâmicos radicalizados no país, junto a Madri e às cidades de Ceuta e Melilla, enclaves espanhóis no norte do Marrocos.


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