O negociador europeu para o Brexit Michel Barnier alertou que a falta posicionamento do Reino Unido sobre o pagamento da fatura com União Europeia (UE) pode atrasar até dezembro as discussões sobre um acordo comercial, indicaram fontes diplomáticas nesta quinta-feira.
Bruxelas pede "progressos significativos" sobre a conta a ser paga por Londres, assim como na questão dos direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido após o Brexit e a fronteira da Irlanda, para só então começar a conversar sobre possíveis relações comerciais futuras.
O objetivo inicial era começar a tratar disso em outubro, mas, segundo um diplomata europeu, Barnier expressou aos embaixadores de outros países europeus suas dúvidas sobre "o cumprimento do prazo informal, dada a postura do Reino Unido sobre sua conta".
"Se não vai ser em outubro, o prazo informal deveria passar a dezembro, na cúpula europeia seguinte", depois da de outubro, explicou à AFP a fonte, que pediu anonimato.
Outra fonte europeia destacou o panorama "realista" das negociações apresentado por Barnier e que "não deve surpreender o Reino Unido o fato de precisarem trabalhar muito mais para alcançar o nível de progresso necessário para outubro" nessas três prioridades.
A conta a ser saldada por Londres pelos compromissos adquiridos como membro da UE é um dos pontos mais espinhos da negociação do Brexit, que deve acontecer, segundo o cronograma, em março de 2019.
Segundo fontes europeias, o montante poderia alcançar até 100 bilhões de euros, quantia que o governo britânico afirmou ser "disparatada" em meados de julho.
Na última rodada de negociações, neste mês, Barnier pediu "esclarecimentos" a Londres sobre sua posição concreta neste tema, algo considerado indispensável para alcançar "progressos suficientes".
A porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva, se recusou a comentar reuniões internas e assegurou que Barnier já disse que foram realizados "progressos limitados" nas negociações.