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Estado de Minas

Trump vai proibir pessoas transgênero nas Forças Armadas


postado em 26/07/2017 13:10

O presidente Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (26) que as Forças Armadas de seu país não aceitarão, nem permitirão a presença no serviço de pessoas transgênero, em função dos custos médicos e dos transtornos que representam.

"Após consultar meus generais e especialistas militares, estejam avisados de que o governo dos Estados Unidos não aceitará e não permitirá que pessoas transgênero sirvam em qualquer posição no Exército americano", tuitou o presidente sobre a decisão, uma vitória para a ala conservadora do Partido Republicano sobre uma questão que divide o país.

"Nossos militares devem estar concentrados na vitória decisiva e arrasadora", alegou o presidente em sua conta no Twitter.

O argumento de custos médicos necessários para uma mudança de sexo dos recrutas é rebatido por um estudo do centro de reflexão RAND, que estima entre US$ 2,4 milhões e US$ 8,4 milhões por ano para um orçamento total do Pentágono de mais de US$ 500 bilhões em 2016.

Esta decisão é anunciada após pressão dos republicados cristãos conservadores que querem acabar com o legado da administração Obama em favor das pessoas transgênero. Apesar do número reduzido de casos, o assunto é muito polêmico nos Estados Unidos.

Expulsão?

"Todos os americanos patriotas qualificados para servir em nosso Exército devem poder fazê-lo. Ponto final", reagiu o ex-vice-presidente democrata Joe Biden.

No ano passado, o governo Obama decidiu que o Exército deveria começar a aceitar recrutas transgêneros a partir de 1º de julho de 2017.

Em junho, o secretário americano da Defesa, Jim Mattis, suspendeu esse plano por seis meses, a fim "de avaliar o impacto" dessa integração.

Calcula-se que entre 2.500 e 7.000 pessoas transgênero, de um total de 1,3 milhão de militares em atividade, sirvam em diversos setores das Forças Armadas dos Estados Unidos. A organização Human Rights Campaign estima que este número se aproxime dos 15.000.

O mais famoso militar transgênero nos Estados Unidos é a ex-analista de Inteligência Chelsea Manning, que passou sete anos na prisão por vazar milhares de documentos sigilosos das Forças Armadas para o site WikiLeaks.

Manning ingressou nas Forças Armadas e começou sua carreira militar como o soldado Bradley Manning. Durante seu período em prisão, começou um tratamento hormonal e o processo de transição até adotar seu novo nome.

Perdoado por Obama nos últimos dias de seu governo, Manning ainda é ligado ao Exército americano e mantém os benefícios de seu posto, mas se transformou em um ícone para os ativistas dos direitos humanos das pessoas transgênero.

"O maior Exército, o mais forte, o mais caro do planeta, lamenta por alguns transgêneros, mas financia os F-35?", reagiu Chelsea Manning no Twitter, comparando o custo da integração dos transgêneros ao do caça F-35, o programa mais caro da história militar americana, com um custo estimado em cerca de US$ 400 bilhões.

O impacto da decisão de Trump sobre os militares transgêneros em atividade não foi detalhado. Até o momento, o Departamento da Defesa adotou uma postura prudente sobre a questão.

Dessa forma, os militares que revelaram sua condição quando já estavam dentro das Forças Armadas não poderão ser expulsos.

Banheiros e vestiários

A questão dos direitos dos transgêneros se tornou, em 2016, centro de uma controvérsia sobre a adoção de regulação para cada Estado a respeito do uso de banheiros públicos comuns.

Já em fevereiro o governo Trump enfrentou protestos pela decisão de suspender uma norma adotada pela administração Obama, a qual incentivava as escolas públicas a permitir que os alunos usassem o banheiro correspondente a sua identidade de gênero.

O debate continua em vários estados americanos. O Texas está prestes a adotar uma legislação que obriga os alunos transexuais a utilizar o banheiro correspondente a seu sexo de nascimento.

Este debate também continua na Justiça, onde a Suprema Corte provavelmente será chamada a se pronunciar.

Durante a campanha eleitoral, Donald Trump afirmou claramente seu apoio à comunidade gay e transexual.

"Obrigado à comunidade LGBT! Eu vou lutar por vocês, enquanto Hillary traz mais pessoas que ameaçam suas liberdades e suas convicções", tuitou o presidente dos Estados Unidos em junho de 2016.


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