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Estado de Minas

Continua violência em Jerusalém um dia após confrontos mortais


postado em 22/07/2017 15:52

Novos incidentes foram registrados neste sábado na parte leste de Jerusalém e na Cisjordânia, um dia depois dos confrontos mortais provocados após a instalação imposta por Israel de detectores de metal na entrada da Esplanada das Mesquitas.

Na sexta-feira, três palestinos morreram em choques entre as forças de segurança israelenses em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

No mesmo dia também morreram três israelenses, esfaqueados de noite em casa na colônia de Neve Tsuf, também conhecida como Halamish, no noroeste de Ramallah.

Neste sábado, um palestino de 17 anos que foi gravemente ferido em confrontos com as forças israelenses na Cisjordânia ocupada morreu em consequência dos ferimentos, informou o Ministério da Saúde palestino.

O exército israelense fez uma operação de busca e apreensão na sexta-feira à noite na residência do palestino que realizou o ataque, no povoado de Kobar, vizinho à colônia.

Seu irmão foi detido e mediram a casa para que ela seja destruída, informou uma porta-voz militar, acrescentando que houve busca de armas.

Segundo a porta-voz, o agressor de 19 anos, ferido por um tiro durante o ataque, é simpatizante do movimento islamita Hamas.

O exército impediu neste sábado o acesso ao seu povoado, excetuando-se casos humanitários, acrescentou a porta-voz.

Cerca de 50 moradores da localidade lançaram pedras nos soldados, afirmou.

Jerusalém Oriental, parte palestina da cidade cuja anexação por Israel nunca foi reconhecida pela comunidade internacional, a Cidade Velha e os arredores da Esplanada das Mesquitas continuavam neste sábado sob forte presença policial.

Dezenas de palestinos, usando capuz, jogaram pedras e pneus em chamas nas forças de ordem israelenses em vários bairros de Jerusalém Oriental e em povoados palestinos da Cisjordânia próximos à Cidade Santa, indicou uma porta-voz da polícia.

As forças de ordem usaram medidas antidistúrbios para dispersá-los, declarou.

Por enquanto, o Crescente Vermelho palestino não pôde dar detalhes sobre possíveis vítimas.

- Contatos "congelados" -

Desde a reabertura da Esplanada das Mesquitas em 16 de julho, dois dias depois de um ataque fatal contra policiais israelenses e a instalação de detectores de metal, as tensões se exacerbaram durante a semana, culminando na sexta-feira nos confrontos mortais em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou em um comunicado o que chamou de uso "excessivo" da força "contra nossos irmãos que se reúnem para a oração de sexta-feira".

Israel justificou a colocação dos aparelhos de segurança nos acessos à Esplanada argumentando que as armas com as quais os agressores mataram os dois policiais israelenses em 14 de julho estavam escondidas neste local sensível da Cidade Velha.

Na sexta-feira à noite, o presidente palestino, Mahmud Abbas, anunciou que as relações com Israel ficariam "congeladas" até que essas medidas fossem suspensas.

As novas medidas de segurança reavivaram os temores dos palestinos de que Israel tome o controle exclusivo da Esplanada, da qual controla os acessos, mas cuja gestão está nas mãos da Jordânia.

As autoridades israelenses asseguram, entretanto, não ter a intenção de modificar as regras do atual status quo, segundo o qual os muçulmanos podem ir até lá a qualquer hora e os judeus podem entrar somente em determinas horas, mas não podem rezar.

A Esplanada das Mesquitas é para os judeus o Monte do Templo, seu primeiro lugar santo. Ela está construída no local do segundo templo judeu destruído pelos romanos e cujo único vestígio, o Muro das Lamentações, está justo abaixo.

- Viés religioso -

Estes novos ataques fazem temer o início de uma onda de violência que atinge Israel e os Territórios Palestinos desde outubro de 2015 e que já custou a vida de 287 palestinos, 47 israelenses, dois americanos, dois jordanianos, um eritreu, um sudanês e uma britânica, segundo uma contagem da AFP.

Os incidentes diminuíram consideravelmente nos últimos meses, mas o viés religioso dos últimos ataques pode atiçar os confrontos, de acordo com analistas.

"O que [as forças de seguranças] conseguiram construir com dificuldade no último ano pode ser destruído facilmente em uma semana, em particular quando há elementos religiosos sobre a mesa", declarou o correspondente do jornal Haaretz, Amos Harel.

Para Ofer Zalzberg, analista do Crisis Group, o "erro de Netanyahu foi instalar os detectores de metais sem recorrer a um interlocutor muçulmano".

"É o caráter coercitivo [da medida], mais do que a medida de segurança em si, que foi inaceitável para os palestinos", advertiu.


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