O primeiro-ministro italiano Paolo Gentiloni rejeitou nesta sexta-feira as "lições" a seu país sobre a crise migratória, uma resposta às críticas de vários países do leste europeu que exigem que seu país impeça a chegada de migrantes.
"Não aceitamos lições e menos ainda as palavras improváveis e ameaçadoras como as que ouvimos nos últimos dias por parte de nossos vizinhos", disse Gentiloni na sexta-feira à noite em Turim (norte).
"Cumprimos com nosso dever e queremos que o conjunto da Europa faça o mesmo, junto com a Itália", afirmou, se referindo a pedidos da Áustria e de quatro países vizinhos (Polônia, República Tcheca, Eslováquia e Hungria) para que a Itália feche a fronteira para os migrantes, como pediu na sexta o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, em declaração a rede de rádio.
Orban, junto com seus homólogos da Polônia (Beata Szydlo), da República Tcheca (Bohuslav Sobotka) e da Eslováquia (Robert Fico), mandaram recentemente uma carta a Gentiloni sobre a questão migratória.
Os quatro dirigentes ofereceram ajuda à União Europeia, sobretudo financeira, e propuseram criar melhores condições nos centros de acolhida fora da Europa assim como abandonar a repartição forçada de migrantes entre os países do continente.
Segundo os últimos balanços da Organização Internacional para as Migrações (OIM), um organismo das Nações Unidas, 111.514 migrantes e refugiados chegaram à Europa pelo mar desde 1 de janeiro, 85% deles na Itália. Morreram na travessia 2.360 pessoas.