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Estado de Minas

Jornalistas assassinados no México em 2017: cinco casos ainda impunes


postado em 14/06/2017 18:25

Apesar do silêncio das autoridades do México sobre as investigações dos assassinatos de jornalistas, esta é a mais recente informação que a AFP pôde obter sobre os cinco homicídios perpetrados em 2017:

- Cecilio Pineda, 39 anos

Assassinado em 2 de março por um grupo armado enquanto descansava em uma rede de um lava à jato perto de sua casa, em Tierra Caliente, uma violenta sub-região do estado de Guerrero (sul).

Pineda, que denunciou ameaças nas redes sociais e conseguiu impedir um ataque em 2015, era repórter policial, diretor do jornal regional La Voz e colaborador do jornal nacional El Universal.

Contactado pela AFP, o procurador-geral de Guerrero, Javier Olea, não quis comentar o caso do crime de Pineda, argumentando que isso poderia atrapalhar a investigação.

"O caso segue aqui", limitou-se a dizer um policial na condição de anonimato.

- Ricardo Monlui, 57 anos

Assassinado a tiros em 19 de março enquanto saía acompanhado por sua esposa e seu filho de um restaurante do estado de Veracruz (este), considerado por organismos internacionais como o mais perigoso do país para exercer o jornalismo.

Monlui era diretor do jornal El Político e também autor de uma coluna sobre temas relacionados a política regional.

Contactado em várias ocasiões pela AFP, o procurador de Veracruz, Jorge Winckler, se negou a dar informações sobre o caso.

Após várias denúncias de jornalistas locais, a Comissão Estatal para a Atenção e Proteção de Jornalistas investiga Winckler por supostamente se negar a dar informação a repórteres.

- Miroslava Breach, 54 anos

Seu cadáver foi encontrado no dia 23 de março com várias marcas de bala na cabeça, no interior de um veículo em Chihuahua, capital do estado homônimo no norte do México.

Repórter dos jornais La Jornada e Norte de Juárez, se dedicava há mais de 20 anos a investigar o crime organizado, narcotráfico e casos de corrupção no governo de Chihuahua.

Uma de suas últimas coberturas foi a do conflito armado entre dois líderes de um braço armado do cartel de Juárez.

O procurador estatal, Cesar Augusto Peniche, garantiu à AFP que deu por concluída a investigação sobre o caso.

"Estão tentando localizar o assassino direto, os colaboradores e os mentores intelectuais que estão 100% identificados, além de existirem elementos de prova contundentes", disse, explicando que se trata de um grupo de narcotraficantes que opera na região serrana de Chihuahua.

A investigação levou ao mandados de busca nas casas utilizadas para sequestros enquanto que "a arma utilizada para matá-la foi encontrada em outro crime no mês passado", disse.

- Maximino Rodríguez, 71 anos

Assassinado a tiros em 14 de abril quando chegava em seu veículo acompanhado de sua esposa a uma loja de La Paz, capital da turística Baja California Sur (nordeste).

De uma caminhonete, vários indivíduos abriram fogo contra o repórter do Coletivo Pericú, especializado em temas policiais. Seu corpo sem vida ficou no interior de seu automóvel, enquanto sua esposa saiu ilesa.

As autoridades determinaram que o motivo do crime foi a atividade jornalística de Rodríguez e detiveram quatro suspeitos.

Contactada pela AFP, a procuradoria não quis dar detalhes sobre a investigação, mas, segundo fontes jornalísticas, os detidos pertencem a um grupo de assassinos de aluguel vinculado ao poderoso cartel de Sinaloa.

- Javier Valdez, 50 anos

Assassinado a tiros em 15 de maio perto das instalações de Ríodoce, o semanário que fundou em Culiacán, capital do violento estado de Sinaloa (nordeste), de onde vêm os grandes narcotraficantes do México.

O corpo deste colaborador da AFP e repórter do jornal La Jornada ficou estendido na rua.

Valdez era um reconhecido repórter especializado em crime organizado e narcotráfico, mas de acordo com o procurador de Sinaloa, Juan José Ríos, ele não relatou ter recebido ameaças.

Sua última colaboração com a AFP foi precisamente para informar sobre a guerra interna entre várias facções do cartel de Sinaloa da extradição do capo Joaquín "El Chapo" Guzmán.

Apesar de o grupo de jornalistas ter solicitado a versão pública da investigação, a procuradoria estatal se protege na aplicação do novo Sistema de Justiça Penal Acusatório -que exige reserva em certa informação, como os nomes dos detidos- para evitar falar sobre o caso.

A pouco mais de um mês de seu assassinato, a procuradoria não apresentou avanços consideráveis ou confirmado suspeitos, enquanto que o governador estatal, Quirino Ordaz Coppel, silencia sobre o tema.


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