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Estado de Minas

Investigação sobre ataque de Manchester avança com novas detenções


postado em 25/05/2017 09:22

A investigação sobre o ataque de Manchester avançava rapidamente nesta quinta-feira, com oito homens sob custódia, enquanto a polícia antiterrorista lamentava os vazamentos na imprensa americana que "atrapalham" seus esforços.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou que discutiria a questão com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na cúpula da Otan nesta quinta-feira em Bruxelas, com o objetivo de garantir que as informações trocadas entre os serviços de inteligência dos dois países permaneçam "confidenciais".

Nesta quinta-feira de manhã, duas novas detenções foram realizadas na aglomeração de Manchester (noroeste da Inglaterra), em conexão com o ataque cometido na segunda-feira à noite ao final de um show da cantora pop americana Ariana Grande, que deixou 22 mortos e 75 feridos, de acordo com um balanço atualizado.

O atentado foi cometido por Salman Abedi, um britânico de origem líbia de 22 anos, e reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Após o reforço do estado de alerta para o nível "crítico", que significa um risco iminente de ataque terrorista, a tensão continuava palpável no país. Uma equipe do esquadrão antibomba foi enviada ao sul de Manchester após "ter recebido uma ligação" sobre um pacote suspeito, que rapidamente foi constatado que não representava perigo.

Em contrapartida, a polícia assegurou que o perfil dos homens detidos desde segunda-feira, em sua maioria na cidade, era "interessante" e que as buscas continuavam nesta quinta-feira.

Um minuto de silêncio foi observado em todo o país: em Trafalgar Square, no coração de Londres, e em toda a Manchester, incluindo na St Ann Place, onde a multidão cantou "Don't look back in anger" do grupo local Oasis.

Em uma demonstração de solidariedade, os clubes de futebol Manchester City e Manchester United anunciaram que vão doar um milhão de libras (1,15 milhão de euros) ao fundo de emergência criado para ajudar as vítimas.

Já a rainha Elizabeth II visitou os feridos nesta quinta-feira de manhã vestindo cores brilhantes, tailleur azul royal e chapéu laranja. Vinte feridos permanecem em tratamento intensivo.

- Bomba potente e ultra-rápida -

A polícia antiterrorista lamentou a "divulgação não autorizada" de informações, particularmente nos Estados Unidos, sobre o ataque, considerando que "atrapalhava" a investigação.

Imagens da polícia britânica reproduzidas pelo New York Times mostram um detonador que o homem-bomba teria segurado com sua mão esquerda, peças de metal e parafusos no chão manchado de sangue, bem como fragmentos de uma mochila azul.

Estes elementos, analisados por especialistas entrevistados pelo jornal, permitem afirmar que a bomba era "potente, dotada de uma carga ultra-rápida, mas também que os pedaços de metal foram colocados cuidadosamente e metodicamente" para causar um dano máximo.

Os primeiros vazamentos de elementos da investigação já haviam provocado a exasperação da ministra do Interior britânica Amber Rudd.

Nesta quinta-feira, a BBC afirmou que a polícia de Manchester havia parado de fornecer informações sobre a investigação às autoridades americanas.

Em Trípoli, capital da Líbia, os serviços de segurança líbios detiveram na terça-feira uma irmão do suicida, Hashem, e na quarta-feira seu pai, Ramadan Abedi.

Hashem, que afirmou pertencer ao EI, "estava ciente do projeto" de seu irmão e admitiu ter estado presente na Grã-Bretanha na fase de preparação do ataque, de acordo com a Força de Dissuasão, que atua como força policial leal ao Governo de União Nacional (GNA).

Já o pai foi membro do Grupo Islâmico Combatente Líbio (Gicl), muito ativo nos anos 1990, segundo indicou à AFP uma autoridade da segurança em Trípoli.

Perseguido pelo regime de Muammar Kadhafi, como os outros membros do Gicl, Ramadan Abedi se refugiou na Grã-Bretanha antes de retornar ao seu país em 2011 para combater ao lado dos rebeldes as forças do ditador líbio durante a revolta iniciada naquele ano, segundo a imprensa britânica.

- Uma policial entre os mortos -

Ao reivindicar o ataque, o EI ameaçou realizar novos atentados em solo britânico.

Um parente da família Abedi que vive em Manchester declarou à AFP, sob condição de anonimato, que Salman visitou recentemente a Líbia antes de retornar à Grã-Bretanha quatro dias antes do ataque.

A investigação aponta "claramente" para uma rede ao redor do suicida, que nasceu nesta cidade, segundo afirmou na quarta-feira o chefe da polícia de Manchester, Ian Hopkins.

Na lista das vítimas fatais do ataque, que inclui várias crianças e adolescentes, também figura uma policial que estava de folga, segundo a polícia.

Em Estocolmo, um minuto de silêncio e depois outro de aplausos foram observados na quarta-feira antes do início da final da Liga Europa, vencida pelo Manchester United contra o Ajax (2-0).

Os torcedores em Manchester se reuniram em bares para acompanhar a final: "Hoje, como de costume, vamos apoiar a nossa equipe. Vamos desafiar o terrorismo", disse Sam Trefla, de 52 anos, à AFP.


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