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Estado de Minas

Opositor russo é condenado a 15 dias de prisão após protestos


postado em 27/03/2017 16:37

O opositor russo Alexei Navalny foi condenado a 15 dias de prisão nesta segunda-feira, no dia seguinte a uma importante manifestação contra a corrupção das elites em Moscou, que levou à prisão de centenas de pessoas.

Navalny foi condenado por resistir à prisão e multado com 20.000 rublos (325 euros) por ter organizado uma concentração não-autorizada, segundo decisão do tribunal Tverskoi de Moscou.

Para o Kremlin, o protesto organizado foi uma "provocação".

"O que vimos ontem em muitos lugares, e talvez em particular em Moscou, foi uma provocação e uma mentira", declarou à imprensa o porta-voz Dmitri Peskov.

Também afirmou que alguns menores de idade receberam a promessa de "recompensas financeiras em caso de detenção pelas forças de segurança" durante os protestos.

Peskov não apresentou, no entanto, nenhuma prova sobre as acusações e se limitou a afirmar que eram "fatos".

Milhares de pessoas protestaram no domingo em Moscou e outras cidades da Rússia, convocadas por Navalny, que deseja enfrentar Vladimir Putin na eleição presidencial de 2018.

O líder opositor anunciou a manifestação depois de publicar um relatório no qual acusa o primeiro-ministro Dmitri Medvedev de estar à frente de um império imobiliário financiado por oligarcas.

Cerca de mil pessoas foram detidas no domingo na capital russa e centenas em outras cidades, depois que muitas autoridades municipais se negaram a autorizar as manifestações.

Sem mencionar o nome de Navalny, Peskov disse que o Kremlin está preocupado com o fato de "algumas pessoas continuarem utilizando pessoas ativas (...) para seus próprios fins, com o apelo para ações ilegais e não autorizadas".

Preso logo no início da manifestação, o opositor e blogueiro, que pretende desafiar Vladimir Putin durante a eleição presidencial de 2018, passou uma primeira noite em detenção.

"Chegará o momento em que seremos nós que os julgaremos (desta vez honestamente)", escreveu Navalny em seu Twitter na abertura de seu processo.

A grande maioria dos detidos no domingo foi liberada após serem fichados por "infração administrativa" por participação em manifestação não autorizada. Cerca de 120 pessoas continuam detidas.

O diretor de campanha de Alexei Navalny, Leonid Volkov, foi condenado a dez dias de prisão, segundo indicou a agência de notícia Interfax.

UE e EUA cobram libertação de manifestantes

O movimento de contestação foi marcado por dois novos fatos: muitas foram as manifestações em cidades de província, normalmente mais calmas, e a idade média dos participantes diminuiu consideravelmente, com os opositores "históricos" ao Kremlin recebendo o apoio de estudantes que nasceram no início do século e que conheceram Putin apenas como presidente.

Segundo a organização das manifestações, as autoridades abriram investigações "por falta de responsabilidade parental" contra os pais dos menores de idade que participaram das manifestações;

Segundo o ministério do Interior, um policia foi hospitalizado após ser ferido na cabeça por um manifestante e uma investigação foi aberta.

A União Europeia e os Estados Unidos pediram a libertação dos manifestantes presos, instando as autoridades russas a respeitar os direitos fundamentais e os valores democráticos.

O Reino Unido expressou, por sua vez, "preocupação", considerando essas detenções "contrárias ao direito internacional".

"As pessoas não receberam as respostas que exigiam sobre a corrupção, e é por isso que vão continuar a sair às ruas", declarou Navalny no tribunal.

Durante a manifestação, a sua organização, o Fundo para a luta contra a corrupção (FBK), anunciou que era alvo de ações da polícia. Treze funcionários permaneciam detidos nesta segunda-feira, enquanto todos os computadores da organização foram apreendidos pela polícia, segundo Navalny.

O opositor conquistou em outubro de 2013 inesperados 27,2% dos votos na eleição municipal em Moscou, mas sua candidatura à presidência corre o risco de ser barrada por sua recente condenação a cinco anos de prisão com sursis por peculato.


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