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Estado de Minas

Atentados contra as forças de segurança deixam 42 mortos na Síria


postado em 25/02/2017 09:16

Homens-bomba mataram neste sábado pelo menos 42 pessoas, incluindo o chefe da inteligência militar, em ataques ousados contra as sedes das forças de segurança na cidade síria de Homs.

O antigo braço da Al-Qaeda na Síria reivindicou os atentados, executados no momento em que a ONU tenta retomar em Genebra as complexas negociações de paz entre o regime e a oposição para buscar uma saída ao conflito que deixou mais de 300.000 mortos e milhões deslocados desde 2011.

De acordo com a imprensa estatal e a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os ataques atingiram as sedes da Segurança do Estado e da Inteligência Militar, situadas em dois bairros do centro de Homs, a terceira maior cidade da Síria, controlada pelo regime.

O OSDH anunciou 42 mortos, enquanto o governador da província de Homs, Talal Barazi, divulgou um primeiro balanço de 30 mortos e 24 feridos

Entre as vítimas fatais está o chefe da inteligência militar da cidade, Hasan Daabul, muito próximo ao presidente Bashar al-Assad e uma das personalidades mais conhecidas dos serviços de inteligência sírios.

"O chefe do departamento de inteligência militar, o general Hasan Daabul, morreu nos atentados terroristas suicidas contra duas sedes das forças de segurança em Homs, que foram cometidos por seis homens-bomba", anunciou a televisão estatal.

"Um dos suicidas atentou especificamente contra o general mártir", completou a emissora.

"Estes ataques são os mais temerários cometidos em Homs", disse Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.

"Nos serviços de inteligência militar tiros foram disparados contra os guardas. Os oficiais avançaram para ver o que acontecia e um primeiro homem-bomba detonou a carga explosiva. Outros agentes das forças de segurança chegaram ao local e um segundo e depois um terceiro homem-bomba explodiram, um depois do outro", explicou.

"Aconteceram confrontos durante duas horas de ataques", completou Abdel Rahman. A TV estatal também citou "enfrentamentos" durante os atentados.

A Frente Fateh al-Sham, antigo braço da Al-Qaeda na Síria, reivindicou os atentados em Homs.

Um comunicado divulgado pelo grupo afirma que cinco homens-bomba "invadiram os quartéis-generais da Segurança do Estado e da Inteligência Militar em Homs, matando mais de 40 pessoas, incluindo o chefe da inteligência militar Hasan Daabul".

Abdel Rahman afirmou à AFP que "foram ao menos seis criminosos e vários deles detonaram os explosivos nas imediações das sedes da Segurança do Estado e da Inteligência Militar" de Homs, centro do país.

A Fateh al-Sham, considerada uma "organização terrorista" pela ONU, era conhecida anteriormente como Frente Al-Nusra. O grupo mudou de nome ao renunciar a seu vínculo com a Al-Qaeda.

É o segundo maior grupo extremista no país, atrás do Estado Islâmico (EI), e era até o início do ano o principal aliado dos rebeldes que almejam derrubar o presidente Bashar al-Assad.

Os ataques não estão diretamente relacionados com as negociações de Genebra, já que os grupos jihadistas estão excluídos do processo, mas são uma prova da fragilidade da tentativa de "normalizar" um país devastado por seis anos de guerra.

Apesar do cessar-fogo anunciado em dezembro com a mediação da Turquia, que apoia os rebeldes, e da Rússia, que apoia o regime, a violência nunca deu trégua.

- 'Processo longo e difícil' -

Em Genebra, a ONU tenta a duras penas avançar com uma nova rodada de negociações de paz entre o regime de Damasco e a oposição, depois de três tentativas frustradas em 2016.

Mas no terceiro dia de negociações, nenhuma discussão concreta foi estabelecida com a ONU, nem entre as partes envolvidas.

O enviado das Nações Unidas, Staffan de Mistura, se reuniu na sexta-feira de modo separado com os representantes do regime e da oposição. Os encontros devem prosseguir no fim de semana.

"Será um processo longo e difícil", repetiu na sexta-feira à noite Michael Contet, assistente de De Mistura.

Contet afirmou não saber se as negociações acontecerão frente a frente, o que a ONU deseja, e admitiu certas "dificulfades".

O enviado da ONU entregou a cada delegação um "documento", segundo uma fonte ocidental próxima às negociações, que inclui os três pontos que as Nações Unidas desejam abordar nas negociações: transição, Constituição e eleições.


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