O diretor-gerente do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), o alemão Klaus Regling, acredita que a Grécia pode prescindir de uma nova ajuda internacional depois de 2018, ao término do atual programa de apoio.
"Se os próximos 18 meses forem bem utilizados, acredito que será o último" que "a Grécia terá que aplicar", disse Regling referindo-se ao terceiro plano de ajuda, em declarações ao jornal Süddeutsche Zeitung.
A Grécia se beneficia desde 2015 de um terceiro plano de ajuda internacional de 86 bilhões de euros que vence em 2018. Na segunda-feira passada aceitou adotar novas medidas para cumprir com os objetivos orçamentários para sair do bloqueio das negociações com seus credores.
"Fez progressos", disse Regling. "Parto do princípio de que a Grécia, a partir de meados de 2018, voará sozinha e poderá conseguir o dinheiro que precisa nos mercados", acrescentou.
Nesta quarta-feira, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, se reúne em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, para falar da situação da Grécia.
Recentemente, o FMI ameaçou deixar de participar dos planos de ajuda estimando que Atenas não estava em condições de reembolsar seus empréstimos.
O Fundo pediu que a zona do euro aceite um desconto da enorme dívida grega, para que seja sustentável, ao que a Alemanha se opõe categoricamente.
"É certo que temos prognósticos diferentes", disse Regling.
"Por exemplo, sobre até que ponto as dívidas gregas são suportáveis. Mas não temos nenhuma divergência quando fazemos a lista do que a Grécia deve fazer nos próximos 18 meses", disse o diretor-gerente do MEDE.
O ministro alemão das Relações Exteriores, o social-democrata Sigmar Gabriel, convocou a Alemanha a ser solidária com a Grécia para evitar uma explosão da zona do euro.
"Um país tão grande e importante como a Alemanha tem o dever de fazer tudo para preservar a unidade da Europa", disse Gabriel ao grupo de imprensa regional alemão Funke.