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Estado de Minas

Forças iraquianas lançam batalha para recuperar oeste de Mossul


postado em 19/02/2017 10:22

As forças iraquianas lançaram neste domingo a ofensiva para libertar o oeste de Mossul, uma batalha que se anuncia difícil para expulsar os extremistas do grupo Estado Islâmico de seu último reduto no Iraque.

Milhares de homens estão mobilizados nestas operações, que começaram no início da manhã com a tomada de cinco localidades próximas ao aeroporto situado no sul da segunda cidade do país.

Perto da linha de frente, em direção à qual veículos militares se dirigiam transmitindo canções patrióticas, era possível ouvir intensos bombardeios aéreos e terrestres, constatou uma jornalista da AFP.

"Lançamos a operação às 07h00 (01h00 de Brasília)" e "destruímos veículos com explosivos e matamos vários membros do Daesh" (acrônimo em árabe do EI)", disse Abas al Juburi, um responsável militar.

O anúncio foi feito quatro meses após o lançamento, no dia 17 de outubro, de uma grande ofensiva para retomar Mossul. Depois de semanas de duros combates, em janeiro conseguiram controlar a parte leste da cidade.

A violência dos combates que se anunciam preocupam as organizações humanitárias, como a Save The Children, que convocou as forças iraquianas a fazer "todo o necessário para proteger" as 350.000 crianças presas no oeste de Mossul.

"As crianças se encontram ante uma escolha macabra: as bombas, os combates e a fome, se ficarem, ou as execuções e os disparos de franco-atiradores, se tentarem fugir", afirmou Mauricio Crivallero, diretor no Iraque da ONG.

Cercado no seu último grande reduto no Iraque, o EI opõe desde 17 de outubro uma feroz resistência para defender Mossul, onde seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, proclamou um califado em junho de 2014.

- 'Casa por casa'-

Depois de ter conseguido controlar os arredores de Mossul, as forças de elite iraquianas - as unidades do serviço antiterrorista - precisaram de mais de dois meses para reconquistar, no final de janeiro, a parte leste de Mosul.

A parte ocidental é menor que a oriental, mas está mais densamente povoada e é nesta área onde se encontram alguns dos redutos dos extremistas.

As ruelas da cidade velha da cidade dificultarão muito a passagem dos veículos militares, o que retardará o avanço das forças federais, alertaram os analistas.

A batalha pelo oeste de Mossul "pode ser mais difícil, com combates casa por casa, mais sangrentos e em maior escala", adverte Patrick Skinner, do Soufan Group Intelligence Consultancy.

Além disso, os extremistas podem se beneficiar de um maior apoio das pessoas da zona oeste, principalmente sunitas, do que na parte leste, estimam os analistas.

"A resistência do EI pode ser maior nesta área e será mais difícil, mas é mais essencial", afirma Emily Anagnostos, do Institute for the Study of War.

Em um primeiro momento, a polícia federal e as tropas do ministério do Interior iniciarão esta nova fase da ofensiva avançando rumo ao aeroporto de Mossul, localizado na periferia sul da cidade, a oeste do Tigre, o rio que atravessa a cidade.

- Desgaste-

As forças federais sofrem um desgaste significativo, mas a situação do EI é ainda pior. Os extremistas podem não ter recursos suficientes para defender o oeste de Mossul de forma eficaz.

No entanto, mesmo nas áreas reconquistadas, o EI continua atacando, o que reflete a dificuldade das forças iraquianas de garantir que os extremistas não estão camuflados entre a população civil.

A coalizão internacional liderada por Washington celebrou neste domingo a retomada da ofensiva, "uma batalha difícil para qualquer exército" e para a qual "as forças iraquianas estão à altura do desafio", declarou o comandante americano Stephen Townsend.

A conquista de Mossul significaria o fim da presença no Iraque de EI como força implantada no território e seria um sério revés para o "califado".

O primeiro-ministro iraquiano, Haider alAbadi, afirmou no final de dezembro que seriam necessários três meses para expulsar o EI do país.

Na vizinha Síria, os extremistas defendem com unhas e dentes o seu reduto de Raqa, assim como a cidade vizinha de Al Bab, perto da fronteira turca.

jmm-ak-bur/plh /mf/es/aoc/ma


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