Em apenas um dia, o governo do México desferiu dois golpes que enfraquecem o poderoso cartel de Sinaloa: a extradição aos Estados Unidos de seu líder máximo, Joaquín "El Chapo" Guzmán, e a detenção do filho de Juan José Esparragoza, conhecido como "El Azul", co-fundador do cartel.
Na quinta-feira passada, nas imediações do município de Culiacán, Sinaloa (noroeste), forças federais lideradas pela divisão antidrogas da Polícia Federal conseguiram capturar um homem de 45 anos, declarou na segunda-feira em uma mensagem aos meios de comunicação o Comissário Nacional de Segurança, Renato Sales.
O funcionário se referiu ao detido como "Juan José N", mas uma fonte governamental confirmou à AFP que se trata de Juan José Esparragoza, filho do veterano narcotraficante de mesmo nome.
Segundo esta fonte, que não está autorizada a dar declarações à imprensa, acredita-se que o filho de "El Azul" tomaria as rédeas do poderoso cartel de Sinaloa após a captura e extradição aos Estados Unidos de "El Chapo", ocorrido na própria quinta-feira.
No entanto, alguns especialistas estimam que o novo líder seria Ismael "El Mayo" Zambada, outro dos co-fundadores e que tomava o controle do negócio sempre que Guzmán era detido.
Desde 2014 há rumores de que "El Azul" está morto, mas esta informação não foi confirmada pelas autoridades.
Segundo Sales, Esparragoza filho é suspeito de coordenar uma rede de distribuição de drogas e administrar os recursos financeiros do cartel, com os quais aparentemente comprava imóveis e criava empresas nos estados da Baixa Califórnia, Baixa Califórnia Sul (noroeste), Jalisco (oeste), Querétaro e o próprio Sinaloa.
Além disso, "é considerado gerador de violência" em cidades fronteiriças com os Estados Unidos, como Mexicali e Tijuana, acrescentou.
Segundo a fonte governamental que pediu o anonimato, o filho de "El Azul" tem o apelido de "El Negro" e iniciou suas atividades criminosas aos 20 anos, instruído por seu pai.