O narcotraficante mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán foi transferido para a cidade de Nova York, nesta quinta-feira (19), depois que o governo mexicano decidiu extraditá-lo para os Estados Unido.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do México confirmou que "o governo da República entregou no dia desta quinta-feira o senhor Guzmán Loera às autoridades dos Estados Unidos".
Chefe do cartel de Sinaloa e durante anos um dos traficantes mais procurados do mundo, Guzmán estava na prisão federal de Ciudad Juárez, vizinha à americana El Paso, no Texas.
Guzmán "foi extraditado esta tarde para comparecer em seus processos penais pendentes" nos Estados Unidos, informou no Twitter o secretário de Governo, Miguel Angel Osorio Chomg.
Data simbólica de entrega
Essa extradição ocorre no último dia da presidência de Barack Obama e a poucas horas da posse do magnata Donald Trump, que atuará com fortes medidas políticas e econômicas contra o México.
"Não queriam que Trump pudessem se gabar, assim conseguiram entregá-lo nos últimos minutos de Obama", disse à AFP o especialista em segurança e ex-agente da Inteligência americana Alejandro Hope.
"A data (da extradição) é muito simbólica. É um ato do governo do México para que Barack Obama e Donald Trump vejam que o México está fazendo verdadeiros esforços para combater o narcotráfico", disse o especialista em assuntos de Segurança Raúl Benítez Manaut, da Universidade Nacional Autônoma do México.
Entre as alegações, a defesa assinalava que Guzmán poderia sofrer a pena de morte, vigente no Texas. A sentença iria contra o tratado de extradição entre ambos os países, já que, no México, essa lei está abolida. Isso foi desconsiderado, porém, pelo juiz responsável pelo caso.
A extradição cumpre "as normas constitucionais, os requisitos estabelecidos no tratado bilateral e as demais disposições legais vigentes para sua emissão", sustenta a Chancelaria, no comunicado.