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Estado de Minas

Fortes terremotos atingem o centro da Itália


postado em 18/01/2017 17:37

Uma série de terremotos, de magnitudes compreendidas entre 5,3 e 5,7, atingiram nesta quarta-feira o centro da Itália, zona castigada pelos terremotos do ano passado e pelas fortes nevascas que dificultam a chegada de ajuda.

Uma mãe e seu filho foram resgatados com vida pelos bombeiros sob os escombros de sua casa na localidade de Castiglione.

Os dois sofriam hipotermia em razão do frio e precisaram ser levados de helicóptero a um hospital local, segundo anunciou os serviços de emergência.

A Defesa Civil explicou que o resgate aconteceu "em condições extremas", em meio a uma tempestade de neve.

"Não há vítimas", disse o encarregado da Defesa Civil, Fabrizio Curcio, durante coletiva de imprensa na qual admitiu que não foi possível acessar muitas localidades, isoladas pelo mau tempo, com fortes nevascas, rajadas de vento e temperaturas particularmente baixas.

"Foi apocalíptico. Ficamos petrificados. Setimos o primeiro tremor, depois outo, e mais ainda mais forte. As pessoas gritavam. Foi terrível", relatou à AFP Nello Patrizi, um fazendeiro de 63 anos de Montereale.

O primeiro tremor, de magnitude 5,3, foi registrado às 10h25 locais (07h25 de Brasília), segundo vários institutos de medição.

O outro, mais forte e mais longo, ocorreu por volta das 11h14 (08h14 de Brasília), o terceiro (5,5) às 11h25 (08h25 de Brasília) e o quarto (5,2) às 14h33 (11h33 de Brasília).

No total, foram registradas mais de cem réplicas, gerando pânico em muitas cidades.

Os três tremores mais fortes também foram sentidos em Roma, Florença e Nápoles, onde centenas de pessoas saíram de suas casas.

"Felizmente não há vítimas, mas o governo se mobilizou ante a emergência", declarou, em Berlim, o chefe de governo, Paolo Gentiloni.

Os epicentros se localizaram entre Montereale, Capitignano, Campostoto, Barete, Pizzoli e Amatrice, segundo a Defesa Civil.

Amatrice foi a localidade mais afetada pelo terremoto de magnitude 6,0 que no dia 24 de agosto deixou mais de 300 mortos.

Toda esta região, localizada em meio a montanhas, sofre há dez dias com tempestades de neve e vento que deixaram muitas das estradas impraticáveis e na terça-feira provocaram o desamamento do hospital de campanha provisório instalado com módulos infláveis em Amatrice.

'Emergência monstruosa'

"Não sei o que fizemos de mal, ontem nevascas de até 2 metros e agora o terremoto. O que se pode dizer? Não tenho palavras", comentou desconsolado à televisão o prefeito de Amatrice, Sergio Pirozzi.

"A situação é dramática, as estradas não podem ser utilizadas devido à neve, temos poucos meios, outros estão danificados. Não podemos enfrentar esta guerra sem arcos e flechas", lamentou Stefano Petrucci, prefeito de Accumoli, outras das aldeias atingidas pelos terremotos.

"Vivemos uma emergência monstruosa. Estamos tentando superar um muro de neve para ajudar", reconheceu o prefeito de Ascoli, Guido Castelli.

As tempestades de neve dos dias anteriores complicam a transferência de equipamentos e maquinaria e teme-se pela população, sobretudo idosos e crianças, que há vários dias estava sem eletricidade e com problemas de comunicação.

As regiões de Abruzzo, Lazio e Marcas foram as mais afetadas pelos terremotos do ano passado, com desabamentos de edificações históricas, aldeias inteiras arrasadas porque boa parte da população vive em condições precárias.

Segundo dados da Cruz Vermelha, 130 mil famílias da região estão sem luz e cerca de dez mil desabrigados nos terremotos do ano passado dependem da Defesa Civil, dos quais 450 residem em pré-fabricados e 700 em ginásios ou centros esportivos.

Os serviços de emergência também mobilizaram helicópteros para supervisionar o impacto dos sismos e tentar socorrer as pessoas bloqueadas em nevascas, com temperaturas que chegam a 12 graus negativos.

O prefeito de L'Aquila, Massimo Cialente, afirmou que até o momento não foram registrados danos, mas reiterou que a "situação é muito difícil, já que é preciso somar às nevascas o terremoto".

Em Montereale foi instalada uma tenda de campanha gigante para abrigar as pessoas que temem voltar para casa.

Segundo a associação Coldiretti, o maior sindicato agrícola da Itália, dezenas de vacas, bezerros, ovelhas e cordeiros morreram no desabamento de dois celeiros registrado nesta quarta.

Mais de 600 vacas e 5.000 ovelhas correm risco de morrer por falta de abrigo e atenção.

Em Amatrice, a antiga e bela cidade montanhosa devastada pelo terremoto de agosto, desabou o que restava do campanário da igreja do século XIV de Santo Agostinho.

O exército e os bombeiros foram mobilizados para enfrentar uma dupla emergência: responder aos pedidos de assistência e transporte de doentes de uma população que vive há mais de seis meses em condições difíceis.

Para o sismólogo Alessandro Amato, do Instituto Italiano de Geofísica e Vulcanologia, a sequência de tremores com mais de 5 graus de magnitude, registrados em apenas três horas constitui um "fenômeno novo" nos Apeninos, que por si só está cheio de falhas.


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