Um policial israelense e um habitante árabe morreram nesta quarta-feira em circunstâncias contraditórias - em função da versão das forças de segurança ou dos moradores - após uma operação de demolição em um povoado beduíno do sul de Israel.
O policial Erez Levi, de 34 anos, faleceu em um ataque com carro conduzido por um homem que foi abatido, informou a polícia, que classificou o motorista como "terrorista".
Vários moradores e o colaborador de um deputado árabe que estava no local desmentiram esta versão dos fatos.
Os policiais chegaram ao povoado beduíno de Umm al Hiran para supervisionar a demolição de várias casas de beduínos que, segundo as autoridades israelenses, não tinham as permissões necessárias.
"Quando as unidades da polícia chegaram à zona, um veículo conduzido por um terrorista do Movimento Islâmico tentou atacar um grupo de oficiais atropelando-os", afirmou um porta-voz policial, Micky Rosenfeld. "Os policiais responderam atirando e o terrorista foi neutralizado", acrescentou.
Outra porta-voz da polícia confirmou a morte do motorista.
Vários agentes ficaram feridos, afirmou Rosenfeld.
Raed Abu Al Qiyan, responsável por um comitê de ajuda aos moradores, desmentiu, no entanto, a versão policial.
"A versão israelense é uma mentira. O motorista era um professor respeitado", disse à AFP, dizendo ter presenciado o ocorrido.
"Os policiais chegaram e começaram a atirar indiscriminadamente balas de borracha contra as pessoas, chegando inclusive a ferir o deputado (árabe israelense) Ayman Odeh que tentava falar com eles", afirmou.