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Estado de Minas

Theresa May anuncia saída do Reino Unido do mercado único europeu


postado em 17/01/2017 13:10

A primeira-ministra britânica, Theresa May, defendeu nesta terça-feira uma ruptura "clara e nítida" com a União Europeia (UE) ao declarar que o Brexit significa também uma saída do mercado único europeu.

"O Reino Unido não pode continuar sendo parte do mercado único", ressaltou May, em um esperado discurso em Londres em que revelou suas prioridades para as negociações com a UE.

May, que prevê ativar o procedimento de divórcio do Reino Unido com a UE antes do final de março para dar início a dois anos de negociações, anunciou que submeterá o acordo final ao Parlamento britânico, o que fez subir a libra esterlina.

Para a primeira-ministra, manter ao Reino Unido em um mercado único de 500 milhões de consumidores é incompatível com a prioridade número um de Londres: controlar a imigração europeia que passa por causo do princípio de livre circulação de trabalhadores.

"O Reino Unido é um país aberto e tolerante, mas a mensagem do povo foi clara: o Brexit deve permitir controlar a quantidade de europeus que vêm ao Reino Unido", ressaltou.

No referendo de 2016, 52% dos eleitores britânicos votaram por sair da UE e muitos citaram o controle da imigração como motivo principal.

"Queremos uma nova associação equitativa (...), não um estatuto de membro parcial ou associado da UE, que nos deixaria metade dentro ou metade fora", insistiu.

'Por etapas'

"Não vamos tentar continuar sendo membro do mercado único, mas vamos tentar ter o maior acesso possível", disse. Em 2015, 44% das exportações britânicas foram para a UE.

Para evitar "uma mudança muito brusca", May propôs uma implementação "por etapas" de um acordo com a UE ao fim das negociações com o bloque.

"Ao Reino Unido interessa que a UE tenha sucesso", disse. A Grã Bretanha continuará sendo "o melhor amigo e vizinho de nossos sócios europeus", prometeu, alertando os europeus sobre a vontade de desunir seu país.

"Vocês serão sempre bem-vindos neste país como esperamos que nossos cidadãos continuarão sendo no de vocês", disse a chefe do governo conservador aos embaixadores dos 27 países-membros da UE convidados a Lancaster House.

O Reino Unido, entretanto, será também "um país que olha para além das fronteiras da Europa", acrescentou, celebrando o projeto de uma "grande nação mercante em escala mundial".

Até agora, a primeira-ministra não tinha se aventurado mais do que a frustrante fórmula "Brexit significa Brexit" para tentar qualificar os termos da futura ruptura.

O discurso desta terça-feira marcou uma verdadeira ruptura, encaminhando seu país a um Brexit mais "rígido" que "flexível".

Brexit levará 5 anos

Ao expressar sua vontade de tirar o Reino Unido do mercado único, Theresa May mostrou que assume as advertências dos europeus que insistiram que não haverá acesso possível à UE sem o respeito à liberdade de circulação.

May insistiu sobre a construção de um Reino Unido "aberto ao mundo", que assina seus próprios acordos comerciais com os países do Commonwealth, com os gigantes asiáticos e com os Estados Unidos.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, classificou de "mais realista" o discurso da primeira-ministra sobre el Brexit.

"Triste processo, tempos surrealistas, mas pelo menos um anúncio mais realista sobre o Brexit", tuitou Tusk, que reiterou que os 27 estão "prontos" para negociar com Londres, uma vez que comunique oficialmente sua intenção de abandonar o bloco.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, comemorou os anúncios de May: "Finalmente há um pouco de clareza".

Horas antes do discurso, a primeira-ministra da Polônia, Beata Szydlo, repetiu sua preferência por um Brexit "suave" que garantisse "os direitos dos cidadãos poloneses e europeus".

O ministro das Relações Exteriores austríaco, Joerg Schelling, estima que "o Brexit levará cinco anos". "Ninguém sabe o que acontecerá exatamente", acrescentou.

Nesta terça, Theresa May não só expôs seu plano, como também tentou pacificar um país profundamente dividido desde o referendo.

Em seu discurso, May pediu aos britânicos que "deixem de lado as velhas divisões e se unam para fazer do Brexit um sucesso" e pediu o fim dos "insultos" e do rancor.


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