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Estado de Minas

Xi sai em defesa da globalização no início do Fórum de Davos


postado em 17/01/2017 12:46

O presidente chinês, Xi Jinping, saiu nesta terça-feira em defesa da globalização no primeiro dia do Fórum de Davos, marcado pela chegada nesta semana à Casa Branca de Donald Trump e por suas posições protecionistas.

"Não adianta nada culpar a globalização pelos problemas do mundo", disse Xi em um esperado discurso na estação suíça, onde 3.000 representantes da elite política e econômica se reúnem.

O líder da segunda economia mundial visita pela primeira vez o fórum suíço, com uma clara mensagem de defesa do livre comércio e dos mercados abertos frente ao protecionismo.

Xi afirmou que "não é possível" cortar os fluxos de capital e pediu uma globalização "mais inclusiva e mais sustentável", criticando ao mesmo tempo as instituições mundiais, "inadequadas", segundo ele, porque são "pouco representativas".

Em outra referência velada a Trump, o presidente chinês disse que "ninguém sairá ganhando de uma guerra comercial".

"Continuar com o protecionismo é como se fechar em um quarto escuro. É certo que evita o vento e a chuva, mas também a luz e o ar", concluiu Xi, conhecido pelas metáforas em seus discursos.

Segundo Peter Lacy, diretor global da Accenturem, com este discurso "está claro que o presidente Xi está preparado para tomar a liderança do livre comércio".

Trump acusou diversas vezes as políticas comerciais da China de ser as responsáveis pela perda de milhares de empregos nos Estados Unidos e ameaçou aumentar os impostos dos produtos chineses.

Embora Trump não tenha viajado a Davos (na sexta-feira assume a presidência em Washington), Anthony Scaramucci, um dos membros da equipe de transição, que o classificou de "homem de paz", foi à Suíça.

"Poderão ver que é um homem de paz, e isso é algo novo, não alarmante. É um homem com uma visão aberta", disse, respondendo às duras críticas de Trump à chanceler alemã, Angela Merkel, e à União Europeia.

Em declarações ao The Times e ao Bild, o futuro presidente considerou uma boa decisão a saída do Reino Unido do bloco e previu que "outros países deixarão" a UE, segundo ele, por culpa da crise migratória.

Scaramucci afirmou que Trump não considera a Europa fraca, mas pediu um novo tipo de relações.

"Temos que garantir que nossas estruturas, nossas alianças ou nossos tratados sejam para o século XXI e XXII, não para o XX", afirmou.

- "Ouvir as pessoas" -

A edição deste ano do Fórum de Davos está marcada por um contexto de rejeição às elites e ao "status quo" político.

Como parecem refletir o "sim" ao Brexit ou a vitória de Trump, muitos estão rejeitando o mundo globalizado, sem fronteiras e de mercados abertos que todos os anos são preconizados pelos participantes deste Fórum.

Por isso, a edição 2017 tem como fio condutor a "liderança receptiva e responsável". O fórum criado pelo economista Klaus Schwab, de 78 anos, pretende responder à "genuína frustração das pessoas que ficaram à margem do capitalismo globalizado", afirmam seus organizadores.

"As vantagens da globalização são mais claras para as economias emergentes que para os países desenvolvidos. Temos que ouvir, ajudar as pessoas afetadas", disse à AFP Sergio Ermotti, diretor-executivo do banco suíço UBS.

Contra este discurso, dominante em Davos, que considera a globalização como chave para o progresso econômico e social, também são ouvidas vozes críticas, como a da ONG Attac.

"Como acontece em todos os anos, com a cumplicidade dos grandes meios, estas elites tentarão passar uma imagem positiva de sua 'liderança' sobre a globalização. Mas são obrigadas a levar em conta a revolta crescente dos povos contra a ordem neoliberal", denunciou a organização.

No mesmo sentido, a ONG Oxfam publicou antes do fórum seu estudo anual sobre as desigualdades, que revela que os oito homens mais ricos do mundo possuem tanto quanto a metade mais pobre do planeta.


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