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Estado de Minas

Muitos jogadores africanos não possuem vínculo de trabalho, alerta Drogba e FIFPro


postado em 15/12/2016 17:55

"Em muitos países africanos, os jogadores profissionais têm vínculo de trabalho não definido ou nenhum vínculo", alertou a estrela marfinense Didier Drogba nesta quinta-feira, dia em que foi publicada online uma carta interativa sobre as condições de trabalho no mundo do futebol.

O FIFPro -sindicato mundial dos jogadores de futebol- se responsabilizou pela publicação da carta sobre a situação dos jogadores no mundo, duas semanas após divulgar um estudo mais completo sobre o tema.

"Muitos jogadores africanos não têm direito a férias ou acesso aos cuidados necessários para trabalhar. Isso tem que mudar", afirmou Drogba (38 anos), ex-estrela da seleção marfinense e presidente de honra da divisão África do FIFPro.

Na carta publicada online nesta quinta-feira, é possível ver que mais de 85% dos jogadores profissionais na República Democrática do Congo (RDC) não têm contrato assinado, enquanto 57% não tem direito a dia de folga na semana, recebendo salários entre 300 e 600 dólares por mês.

Segundo o FIFPro, a RDC é também um dos países mais perigosos para se jogar futebol profissionalmente, já que um em cada quatro jogadores é vítima de violência e 35% dos atletas são ameaçados por torcedores.

Na Costa do Marfim, país de Drogba, o sindicato explica que "os clubes muitas vezes não têm dinheiro e os jogadores são pagos ocasionalmente, dependendo da boa vontade dos dirigentes".

Cerca de 65% dos jogadores profissionais marfinenses não possuem cópias de seus contratos e 55% afirmam se sentir em situação de insegurança profissional.

No Gabão, onde será disputada a próxima Copa Africana de Nações (14 de janeiro-5 de fevereiro), os jogadores que atuam nos campeonatos locais são os que mais sofrem com atrasos de salário no mundo, segundo esta investigação.

"Os jogadores são submetidos a condições precárias e indecentes", lamenta o sindicato local, citado pelo FIFPro.

A carta permite explorar a situação de diversos países do mundo, como a Venezuela, assolada por uma grave crise econômica. "É difícil viver, no fim do mês não temos dinheiro", testemunhou José (o nome foi mudado), um jogador de 30 anos que recebe 200 dólares por mês e prefere assinar contratos curtos devido à inflação galopante. "Após seis meses, teu salário não vale mais nada", explicou.

Em final de novembro, o FIFPro publicou um estudo realizado em parceria com a Universidade de Manchester, com base em testemunhos de cerca de 14.000 jogadores atuando em 54 países.


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