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Estado de Minas

Presidente eleito se vangloria de efeito Trump sobre economia americana


postado em 07/12/2016 15:40

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, vangloriou-se nesta terça-feira durante um comício do efeito que a sua vitória à Casa Branca teve sobre a economia, após o anúncio surpresa de um enorme investimento vindo da Ásia.

"Vocês viram o que acontece há duas semanas, e, no entanto, nem estamos ainda no escritório!", declarou Donald Trump a milhares de simpatizantes em um grande salão em Fayetteville, Carolina do Norte, a segunda etapa de sua turnê de agradecimento iniciada na semana passada.

O republicano de 70 anos foi eleito há exatamente quatro semanas.

Horas antes, Trump anunciou que o CEO da gigante de telecomunicações japonesa Softbank, Masayoshi Son, havia concordado em investir 50 bilhões de dólares nos Estados Unidos, com 50.000 postos de trabalho, de acordo com ele, no setor de alta tecnologia.

O bilionário japonês esteve na Trump Tower para este anúncio ainda pouco claro. Foxconn, subcontratada taiwanesa da Apple é, aparentemente, um co-investidor, segundo uma folha de papel exibida pelo japonês, que em uma entrevista ao Wall Street Journal explicou que o dinheiro viria de um fundo de tecnologia criado em conjunto com o fundo soberano saudita.

Apesar da falta de detalhes, as ações do SoftBank Group cresceram 5% na abertura da Bolsa de Tóquio nesta quarta-feira.

De toda forma, os apoiadores do republicano viram neste anúncio um primeiro resultado do método Trump.

Como durante a campanha eleitoral, o 45º presidente dos Estados Unidos, que substituirá Barack Obama em 20 de janeiro, saboreou a adulação de seus partidários, vestidos com camisas e bonés com seu nome. No entanto, milhares de cadeiras estavam vazias e o ambiente estava menos agitado que em agosto.

"Venceremos o inimigo sobre o emprego", declarou Donald Trump em um discurso de 36 minutos, após denunciar mais uma vez a política comercial da China e a deslocalização industrial.

'Cachorro louco'

O comício em Fayetteville, perto da base militar de Fort Bragg, também foi uma oportunidade para o presidente eleito de apresentar o general James Mattis, apelidado de "cachorro louco", e a quem confiará o departamento de Defesa.

Mas o Congresso deverá votar antes uma dispensa da lei que proíbe os militares de liderar o Pentágono nos sete anos após a aposentadoria, uma vez que o general Mattis aposentou seu uniforme em 2013, e os democratas se recusam a fazer uma exceção.

"Oh, se não receber a dispensa, haverá um monte de pessoas infelizes", ameaçou Donald Trump.

Mas, enquanto prometeu um impulso extraordinário nos gastos militares, adotou uma postura menos intervencionista, citando a necessidade de "forjar novas amizades", num possível aceno para Moscou.

"Este ciclo destrutivo de intervenções e caos deve finalmente acabar", lançou depois de lamentar o custo das intervenções dos Estados Unidos no Oriente Médio.

Trump continua sendo Trump

Desde sua eleição, Donald Trump anunciou que convenceu a fabricante americano Carrier de desistir de realocar uma de suas fábricas para o México, e na terça-feira ameaçou a Boeing de cancelar o pedido de novos aviões presidenciais Air Force One, considerados muito caros.

Seus partidários aplaudem, felizes de que seu candidato encarnou o lado de presidente sem negar seu lado iconoclasta.

"Ele pode ser um grande líder, já provou durante a semana", comemorou Maria Moore, de 37 anos, uma dona de casa.

Após Carrier, "hoje foi o banco chinês Sunbank, 50.000 empregos, isso é ótimo", elogiou Joann Chylinski, confundindo alguns detalhes.

Mas a algumas dezenas de quilômetros, na Carolina do Norte, esta turnê de agradecimento não parece agradar a todos.

"É para amaciar seu ego", lamentou um bancário aposentado, Steve Plummer, em Lillington. "Ele finge querer unir o país", disse o irritado democrata. "É uma pena, porque ele é a causa de divisões".

Donald Trump não mudou seus hábitos de comunicação, e continua a tuitar ativamente. E, em muitos casos, continua a cultivar certa ambiguidade, recusando-se a revelar as suas cartas antes de as negociações com o Congresso e futuros parceiros internacionais.

"O cenário do que fazemos ainda não está escrito", disse ele pouco antes do final da reunião.


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