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Estado de Minas

O futuro das relações sino-americanas com Trump em cinco perguntas


postado em 06/12/2016 19:46

Seguida de tuítes pouco protocolares, a conversa por telefone entre Donald Trump e a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, abalou os círculos diplomáticos e provocou a fúria de Pequim, gerando perguntas sobre as intenções do presidente eleito e o futuro das relações sino-americanas.

- Por que tanto barulho? -

Por que apenas um telefonema gerou tanta agitação nas chancelarias? Porque, ao conversar diretamente com Tsai Ing-wen, o presidente eleito rompeu com 40 anos de diplomacia americana.

Taiwan está de fato separada da China desde 1949, quando, ao final da guerra civil, as tropas nacionalistas se refugiaram na Ilha.

Três décadas depois, os Estados Unidos acabaram por reconhecer a China comunista e romperam suas relações diplomáticas com Taiwan.

Desde 1979, nenhum presidente ou presidente eleito dos EUA conversava com um dirigente de Taiwan, e Washington defende a política de uma "China única". Já a China considera Taiwan parte integrante de seu território, o qual pode ser retomado pela força.

Ao mesmo tempo, a atitude americana é ambígua. Para respeitar seu compromisso de garantir a segurança de Taiwan, os Estados Unidos continuam fornecendo equipamento militar à Ilha. Essa ambiguidade foi revelada pelo telefonema de Trump.

- Como a China reagiu? -

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, limitou-se a criticar, no sábado (3), "uma manobra de Taiwan", enquanto o Ministério das Relações Exteriores realizava uma advertência.

Ao criticar no Twitter as construções militares do regime comunista no Mar da China meridional e acusar a China de desvalorizar sua moeda, Trump desconcertou as autoridades chinesas.

E o tom subiu fortemente nesta terça-feira (6) na imprensa estatal, que denuncia as "motivações" secretas de Trump, "um novato em diplomacia".

- A China reagirá? -

No momento, suas opções são limitadas, e a prudência está predominando. O jornal oficial China Daily recomendava hoje uma atitude de espera: o polêmico Trump ainda é o presidente eleito e não assumiu.

"A China não tem medo de Trump", avaliou o professor de Relações Internacionais Shen Dingli, da Universidade Fudan, de Xangai.

"Ele é problemático e guardamos uma calma respeitosa, mas, se mantiver essa atitude, a China responderá após sua posse", completou o especialista.

- Que fará Trump? -

Depois do anúncio da conversa com a presidente Tsai, diplomatas e especialistas consternados denunciaram a improvisação e a falta de experiência de Trump.

Na realidade, como mostraram vários veículos de comunicação americanos, trata-se de uma audácia calculada, fruto de longas e deliberadas negociações, assim como uma forma de mostrar que Trump não hesitará em afrontar a China.

Há tempos, Trump tem-se manifestado favorável a um aumento da venda de armas para Taiwan e está cercado de ardorosos defensores de uma melhoria nas relações com a Ilha democrática - em particular o futuro chefe de gabinete da Casa Branca, Reince Priebus.

- O que a China analisa agora? -

Por ora, a China vigiará com cuidado a decisão de Trump sobre o futuro secretário de Estado, já que, entre os candidatos, estão partidários da linha-dura em relação ao gigante asiático, como John Bolton.

Trump deve conversar nesta terça-feira (6) com o governador de Iowa, Terry Branstad, que tem relações pessoais com o presidente chinês, Xi Jinping, e estaria interessado em ser embaixador na China: tal nomeação pode ser recebida com alívio por Pequim.


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