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Estado de Minas

ONU teme que Aleppo se torne um 'cemitério gigante'


postado em 30/11/2016 19:07

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Stephen O'Brien, alertou nesta quarta-feira (30) que Aleppo pode se tornar um "gigantesco cemitério", após a fuga de 50 mil pessoas dos bairros rebeldes cercados, aterrorizados pelos combates e bombardeios do governo.

Ao mesmo tempo, a principal coalizão da oposição síria solicitou ao Conselho de Segurança da ONU, durante sua reunião de emergência, que tomasse "medidas imediatas" para proteger os civis sitiados.

"Por razões humanitárias, pedimos - rogamos - às partes e a quem tem influência que façam tudo o que estiver a seu alcance para proteger os civis e que permitam o acesso à parte sitiada do leste de Aleppo antes que se torne um gigantesco cemitério", disse O'Brien.

O'Brien acrescentou que os comboios de ajuda humanitária estão prontos para sair da Turquia e do oeste de Aleppo, mas que, para isso, é necessário pôr um fim ao cerco e proteger os civis.

Apoiadas por intensos bombardeios, as forças do governo de Bashar al-Assad lançaram em 15 de novembro uma ofensiva contra o leste de Aleppo para retomar essa parte da cidade, nas mãos dos rebeldes desde 2012.

Desde então, o governo conquistou quase 40% dessa localidade, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

As tropas governamentais continuavam seu avanço no extenso bairro de Sheikh Said, indicou a agência de notícias oficial, Sana.

"Chuva de obuses"

"É uma verdadeira chuva de obuses, não podemos nos arriscar a sair", testemunhou um correspondente da AFP, dentro de sua casa. Após um ataque com morteiro, viu uma jovem morta no meio da rua.

Em um bairro próximo, pelo menos 26 civis morreram por disparos da artilharia do governo, segundo o OSDH.

Entre os mortos havia vizinhos que fugiam dos combates terrestres, dos tiros da artilharia e dos bombardeios aéreos.

Recentemente 250 mil pessoas viviam no leste de Aleppo, porém mais de 50 mil fugiram nos últimos quatro dias, segundo o OSDH. Nesta área não há alimentos, remédios e eletricidade.

Entre eles está Fawwaz al-Ashari, de 56 anos, que abandonou o bairro de Sajur para ir a um centro de acolhida em Jibrin, 10 km ao norte de Aleppo.

"Perdi meu filho mais velho, meu trabalho, minha casa. O resto dos meus filhos me pede para nos mudemos para um local seguro, pois muitas vezes veem a morte. Quero que conheçam a vida", declarou.

"Os que fogem estão em uma situação desesperada. Muitos perderam tudo e chegam sem qualquer bagagem. É de partir o coração", disse Pawel Krysiek, diretor de comunicação da Cruz Vermelha na Síria.

Sob uma chuva incessante, família inteiras foram para pontos de encontro para embarcar em caminhões e ônibus fretados pelas autoridades, em direção à área controlada pelo governo, segundo um jornalista da AFP.

Segundo o OSDH, dos 50.000 deslocados, mais de 20.000 se refugiaram na parte oeste de Aleppo e outros 30.000 seguiram para Sheikh Maqsud, controlada pelas forças curdas.

Reunião da ONU

Desde o início da ofensiva do governo em 15 de novembro, cerca de 300 pessoas morreram no leste de Aleppo, de acordo com essa organização de direitos humanos. Os rebeldes mataram 48 civis ao disparar foguetes em direção aos bairros governamentais.

A agência de notícias oficial, Sana, indicou que oito habitantes desses bairros, incluindo duas crianças, morreram pelos disparos de foguetes.

Em Nova York, os 15 embaixadores do Conselho de Segurança da ONU abordarão a situação da cidade síria durante uma reunião urgente solicitada pela França.

O ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, declarou que esperava que essa reunião servisse para "parar com o massacre de civis inocentes".

Moscou, principal aliado de Damasco, denunciou na terça-feira o que chamou de "cegueira" dos ocidentais a respeito de Aleppo e comemorou que as últimas operações permitiram uma "mudança radical da situação".

Representantes da Rússia e de grupos rebeldes sírios se reuniram "várias vezes" em Ancara para debater uma trégua em Aleppo, indicou à AFP uma fonte próxima aos grupos sírios.


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