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Estado de Minas

PIB do Brasil se contrai pelo sétimo trimestre consecutivo por falta de investimentos


postado em 30/11/2016 18:52

A economia do Brasil se contraiu 0,8% no terceiro trimestre e encadeou seu sétimo retrocesso consecutivo, afetada, principalmente, pela prudência dos investidores durante um momento de incerteza política.

Apesar de tudo, esse dado, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é melhor do que a queda de 0,9% prevista por 50 economistas consultados pela agência Bloomberg.

No segundo trimestre, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) havia sido de 0,4%.

Em termos interanuais, o PIB da maior economia da América Latina registrou uma contração de 2,9%, entre julho e setembro, a décima queda consecutiva desse indicador.

O país enfrenta sua pior recessão em mais de um século e as expectativas do mercado pioraram nas últimas semanas, apesar dos esforços do governo de Michel Temer de emplacar medidas de austeridade para devolver a confiança aos investidores.

Em 2015, o PIB brasileiro caiu 3,8% e, para 2016, o governo projeta uma queda de 3,5%, alinhado com a última pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BCB) com 100 analistas e investidores.

Essas projeções são melhores do que a do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê um aumento de 0,5% do PIB em 2017, assim como da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que aposta em um crescimento nulo no próximo ano.

Redução da Selic

Na comparação trimestral, o PIB industrial caiu 1,3%; o agrícola, 1,4%; e o dos serviços, 0,6%. No ramo das indústrias, apenas as atividades de extração registraram um aumento, de 3,8%, "impulsionadas pela extração do petróleo e do gás natural", explicou o IBGE.

A taxa de investimento (formação bruta de capital fixo) se retraiu 3,1%, depois de ter crescido 0,5% no período de abril a junho. E o consumo dos lares registrou uma queda de 0,6%, o que também representou uma sétima retração consecutiva. Os gastos do governo também sofreram uma contração de 0,3%.

"Houve uma desaceleração do crédito e uma desaceleração do mercado de trabalho, o que supõe que a recuperação do consumo vai demorar bastante", disse à AFP o economista Ignacio Crespo, do Guide Investimentos.

Nesse contexto recessivo, também caíram as exportações (-2,8%) e as importações (-3,1%).

O anúncio foi feito horas antes de o Banco Central anunciar sua política de taxas, com uma redução de 0,25% na taxa Selic, a 13,75%, a segunda baixa consecutiva após quatro anos sem cortes.

"A evidência disponível indica que a reativação econômica pode ser mais lenta e gradual do que o antecipado previamente", informou o Bacen em um comunicado.

Os setores produtivos reivindicam, porém, uma política mais ambiciosa e mais facilidade de crédito.

O fator político

Já os operadores econômicos esperam, sobretudo, que se alivie o cenário político, com uma aceleração das reformas prometidas por Temer e que se esclareça o alcance das denúncias que os executivos da construtora Odebrecht, envolvida no megaescândalo de corrupção na Petrobras, preparam-se para fazer.

Na madrugada desta quarta-feira (30), o Senado aprovou a PEC 55, antiga 241, que prevê um teto e o congelamento dos gastos públicos por 20 anos - a primeira das duas votações necessárias. O Congresso espera concluir o processo antes do fim do ano, apesar dos protestos que geraram confrontos em Brasília.

A resistência popular à essa emenda pode ser apenas um preâmbulo das que poderão ser vistas quando o Legislativo abordar o sistema de aposentadorias, próximo na lista, considerado essencial pelos mercados.

O governo "tem capacidade para estimular os investimentos mediante concessões" em grandes projetos de infraestrutura, autoestradas e aeroportos, mas, para isso, são necessárias "regras claras, um ambiente político mais estável e menos dúvidas sobre as políticas fiscais", destacou Crespo.


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