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Estado de Minas

Sob pressão, Trump busca se distanciar de neonazistas que o apoiam


postado em 22/11/2016 22:10

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, se distanciou nesta terça-feira dos grupos neonazistas que o apoiam, mas defendeu um polêmico assessor designado, visto pelos americanos como um representante desta mesma ultradireita.

"Eu o desautorizo e condeno", disse Trump nesta terça-feira a jornalistas do jornal The New York Times, em alusão ao movimento autodenominado 'alt-right', que reúne à nova ultradireita e é o centro de uma nova polêmica.

Este movimento celebrou no fim de semana uma reunião em Washington e um vídeo mostra seus integrantes comemorando o resultado das eleições presidenciais gritando "Heil, Trump!", com a típica saudação nazista com o braço direito esticado.

Como tinha ocorrido durante a campanha eleitoral, quando obteve o apoio do líder do grupo racista Ku Klux Klan, Trump está sob forte pressão para se manifestar.

No entanto, Trump defendeu a nomeação do polêmico editor Steve Bannon como seu assessor para assuntos estratégicos, considerado precisamente o porta-voz mais famoso do movimento 'alt-right'.

"Se eu pensasse que ele é um racista ou um 'alt-right' [como de denomina a extrema direita americana], ou o termo que quisermos usar, eu não teria pensado em contratá-lo", comentou.

Também admitiu ter mudado de opinião com relação à prática da tortura, depois de uma conversa com o general reformado James Mattis, apontado como um dos favoritos para o cargo de secretário da Defesa.

Segundo Trump, Mattis disse que "nunca pensei que (a tortura) fosse útil. Deem-me um par de cervejas e um pacote de cigarros e posso conseguir mais". "Fiquei muito impressionado com esta resposta", disse o presidente eleito.

Promessas de campanha

Outra promessa de campanha que poderá ser deixada de lado é a de abrir uma investigação contra sua ex-adversária Hillary Clinton pelo uso de um servidor privado de correio eletrônico quando era secretária de Estado.

Nesta terça-feira, Trump disse que iniciar uma investigação contra Hillary poderia ser "algo muito divisivo" para os americanos. "Realmente não quero castigar os Clinton", afirmou.

Ainda durante a entrevista ao NYT, Trump também assegurou que mantinha a "mente aberta" com relação aos acordos de Paris sobre o aquecimento global.

Durante a campanha eleitoral, Trump tinha prometido que, se fosse eleito presidente, denunciaria os acordos de Paris e inclusive chegou a afirmar que as mudanças climáticas eram um boato que a China fez circular para afetar a competitividade dos Estados Unidos.

"Estou analisando esta questão muito detalhadamente. Tenho a mente aberta sobre o tema", disse o presidente eleito.

O gesto de Trump de receber em seu escritório uma equipe do NYT também representou outra guinada fundamental com relação à campanha, durante a qual manteve uma guerra aberta com o jornal.

Na véspera, Trump manteve uma reunião privada com representantes de seis das maiores redes de televisão, com as quais manteve relações tensas.

Reconstruir pontes

Mas se o presidente eleito agora busca reconstruir as pontes com a imprensa, não parece ter nenhuma intenção de parar de usar a ferramenta que virou sua marca registrada: o Twitter.

Na conta @realDonaldTrump, em que 59% dos americanos o aconselham a fechar quando for presidente, Trump continua atacando todos os que o questionam, do programa humorístico Saturday Night Live aos atores da comédia musical "Hamilton".

Na noite de segunda-feira, no entanto, inovou mais uma vez ao distribuir um vídeo pelo YouTube onde delineou o andamento dos esforços para formar o novo governo e antecipou algumas das primeiras medidas que se propõe a aplicar na Casa Branca.

Entre estas medidas, disse, já que o "primeiro dia" de governo dará os passos necessários para retirar o país do Acordo Trans Pacífico (TPP, em inglês) para se concentrar em acordos bilaterais.

Para Trump, este acordo comercial é "um potencial desastre" para os Estados Unidos e por isso pretende negociar acordos bilaterais "justos".

Trump disse que havia solicitado à equipe responsável pela transição de poder que "desenvolva uma lista de ações executivas que poderei tomar no primeiro dia (de governo) para restabelecer as leis e recuperar nossos trabalhos. Já era hora".

Com uma política externa que continua sendo um mistério, Trump também multiplicou as gafes diplomáticas. A última delas ocorreu quando sugeriu a nomeação do líder do partido eurofóbico Ukip, Nigel Farage, como embaixador britânico nos Estados Unidos.

Os conflitos de interesse com suas atividades imobiliárias também foram criticados após se reunir com três empresários indianos com os quais sua organização trabalha e um telefonema ao presidente argentino Mauricio Macri durante o qual teria pedido uma permissão para construir uma Torre Trump em Buenos Aires, o que Macri desmentiu.


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