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Estado de Minas

Fórum da Apec é aberto com apelo antiprotecionista


postado em 18/11/2016 14:01

A cúpula da Apec foi aberta nesta sexta-feira em Lima com um pedido do mandatário peruano Pedro Pablo Kuczynski para aumentar o comércio e derrotar o protecionismo, em meio ao fortalecimento de tendências protecionistas nos Estados Unidos e na Europa.

É fundamental que "o comércio mundial cresça novamente e o protecionismo seja derrotado", disse Kuczynski, na sessão inaugural em Lima da cúpula do Fórum de Cooperação Econômico Ásia-Pacífico (Apec), que agrupa 21 nações, entre elas, Estados Unidos, China, Rússia e Japão.

"Nos Estados Unidos e na Grã Bretanha, o protecionismo está assumindo o comando", afirmou o governante, nesta reunião que reverbera a vitória eleitoral de Donald Trump e suas advertências protecionistas, além da decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia.

"Os acontecimentos das últimas poucas semanas colocaram outro item na agenda: o comércio. O mundo está hoje sendo desafiado, o comércio mundial deixou de crescer nos últimos dois anos, e vemos seus efeitos em todas as partes", disse Kuczynski.

A vitória do magnata imobiliário na eleição presidencial americana, ausente no encontro de Lima, mas na boca de todos, ameaça pôr fim ao acordo transpacífico (TPP) e relançar medidas de concorrência contra Pequim.

Essa encruzilhada dominará as discussões desse fórum que reúne as 21 economias de ambos os lados do Pacífico que mais beneficiaram da globalização, cada vez mais questionada pela opinião pública na Europa e nos Estados Unidos.

Os países da Apec, reunidos até domingo na capital peruana, representam 60% do comércio mundial e 40% da população.

O acordo de livre-comércio TTP foi assinado em 2015 por 12 países (Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã). Foi impulsado pelo governo de Barack Obama, que colocou a região Ásia-Pacífico no centro de sua estrategia econômica, e deixou a China de lado. Mas só entrará em vigor caso Washington o ratifique.

Donald Trump, grande apologista do protecionismo e da defesa dos empregos da indústria americana, a empreendeu durante sua campanha contra o "terrível acordo" de livre-comércio TPP. Também anunciou que iria renegociar o Nafta -em vigor desde 1994- com o México e o Canadá.

"Não há dúvida de que se o TPP fracassar, será uma enorme vitória política e econômica da China", declarou à AFP Brian Jackson, economista-chefe para China da consultora IHS Global Insight. "Seu fracasso minaria a credibilidade dos Estados Unidos para qualquer futura negociação na região", destaca o analista.

- A alternativa chinesa -

"No terreno econômico, está claro que a China atuará vigorosamente na assinatura de acordos de comércio regionais para assegurar-se de que manterá acessos competitivos aos mercados da região", acrescentou Jackson.

"Se o TPP fracassar, isso fortalecerá considerablemente sua posição negociadora em sua condição de principal fonte alternativa de saída comercial", disse.

Pequim aproveitaria a oportunidade para redesenhar o cenário de trocas econômicos na Ásia, impulsionando seus próprios tratados comerciais, sobretudo seu projeto da Zona de Livre Comércio Ásia-Pacífico (FTAAP), que busca integrar aos 21 membros da Apec.

A China também apresentará o RCEP, projeto de acordo de livre-comércio entre a Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), Austrália, China e Índia entre outros, mas sem os Estados Unidos.

"O projeto de RCEP é uma possível alternativa asiática ao TPP", opina Marcel Thieliant, da Capital Economics.

Em uma entrevista com o Financial Times divulgada na quarta-feira, o ministro australiano de Comércio, Steven Ciobo, se mostrou interessado na solução chinesa. "Qualquer decisão que nos permita reduzir as barreiras comerciais, facilitar as exportações e impulsionar o crescimento e o emprego é um passo em um bom sentido", declarou.

"No momento predomina a incerteza. Há mais perguntas que respostas e este tema absorverá as discussões formais e informais na cúpula" de Lima, destacou Carlos Malamud, professor do Instituto Elcano de Madri.

"Trump vai atuar, isso é certo (...). E os países que têm mais a perder são os dois países vizinhos dos Estados Unidos, Canadá e México", acrescentou.

"No entanto, a defesa do anti-livre-comércio era para uso eleitoral interno. Agora, o que também é certo é que a economia dos Estados Unidos depende em grande parte do exterior", destacpu Malamud.


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