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Estado de Minas

Idosos podem influenciar balança eleitoral na Flórida


postado em 05/11/2016 12:07

Os maiores de 60 anos representam um eleitorado muito importante no crucial estado da Flórida (sudeste) e sua participação na acalorada eleição presidencial americana pode pesar na balança, afirmam especialistas.

Faltando poucos dias para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, os idosos emitiram a metade dos 4,5 milhões de votos antecipados já depositados, segundo Daniel Smith, professor de Ciências Políticas da Universidade da Flórida.

"Os eleitores mais velhos votam de forma desproporcional na Flórida", disse Smith, apesar de representarem pouco mais de um terço (35%) dos 13 milhões de eleitores do estado, destacou.

Mas para que lado a balança vai se inclinar?

Embora os votos antecipados só sejam conhecidos na noite da votação, os analistas observam de perto a afiliação destes eleitores. Até agora foram contabilizados 100.000 republicanos a mais que democratas entre os aposentados que já votaram na Flórida, segundo Smith, que mantém uma base de dados atualizada diariamente.

"Nem todos votam em Donald Trump, mas sem dúvida há um grande entusiasmo por Donald Trump", comentou.

"A eleição mais importante da minha vida"

Na residência privada The Palace, a corrida para a Casa Branca enche de murmúrios os corredores deste edifício construído em Coral Gables, perto de Miami.

Os idosos, que se organizaram para assistir aos debates transmitidos pela televisão, têm discussões partidárias acaloradas e pretendem ficar acordados para acompanhar os resultados na noite de terça-feira.

"É uma população que infelizmente foi ignorada no passado", comentou Pamela Parker, encarregada das atividades dos 200 idosos que vivem na residência, 85% dos quais estão inscritos nas listas eleitorais.

"Este ano, particularmente, nosso voto vai realmente contar. Poderá pesar para um lado ou para o outro", explicou.

Para se assegurar de que estes idosos possam votar, especialmente os que sofrem problemas de mobilidade, uma semana antes da eleição de 8 de novembro, as autoridades da Flórida decidiram abrir uma seção em uma das salas do estabelecimento.

Usando andadores, lentamente, vários idosos percorreram os poucos metros até a sala para votar, preocupados com esta eleição, que consideram de grande importância.

"Penso que é uma eleição extremamente importante. Provavelmente a mais importante que vi na minha vida", disse Anne Sager, 89 anos, que foi refeito da cidade de Sarasota, Flórida, de 50.000 habitantes, em 1980.

"Penso que nesta eleição será decidida o rumo que o país vai tomar por muito tempo", acrescentou.

Sobre a camisa azul clara, Sager usava um adesivo, onde se lia: "Votei".

Ele diz que quer defender o direito ao aborto e assegurar que serão os democratas - sob a presidência de Hillary Clinton - os que poderão escolher os próximos juízes da Suprema Corte, instância de importância decisiva em questões cruciais da sociedade americana.

Ele afirma, ainda, que está feliz em poder votar em uma mulher pela primeira vez. "Trata-se realmente de uma escolha entre uma funcionária pública experiente e um programa cujo conteúdo se ignora", comparou.

Aos 93 anos, Rae Graham não esconde nada. Com cabelos grisalhos e curtos e batom nos lábios, exibia uma camiseta estampada com fotos de Hilllary Clinton. "Adoro Hillary e acho que será uma presidente maravilhosa", afirmou.

Lee Adelson, de 88 anos, considera Trump um perigo. "Fala de construir um muro para impedir a entrada de mexicanos", disse, indignado. "Se Trump vencer, serão os canadenses que construirão um muro para impedir a entrada dos americanos".

Nesta residência, os republicanos são discretos, como um homem que acabava de votar e não quis dar o nome. "Não posso falar, tenho que ir embora", disse, sorrindo, afirmando que apesar de ser republicano, não votará em Trump.

Ainda que a maioria dos aposentados fora da Flórida prefira Trump, os moradores da residência The Palace parecem ter escolhido majoritariamente Hillary, segundo Parker, que prefere não revelar sua preferência.

"Nossa população idosa poderá ser um fator decisivo, acho isso um tanto emocionante", concluiu.


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