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Estado de Minas

Trump e Hillary apostam campanha em campo na disputa pela Flórida


postado em 03/11/2016 17:01

É a reta final para as eleições presidenciais dos Estados Unidos e a sede de campanha do republicano Donald Trump, em Miami, parece vazia.

Apenas um pequeno grupo de pessoas em volta de uma mesa na parte de trás do escritório ensaia em voz baixa o que dizer antes de convocar um potencial eleitor.

"Tradicionalmente, é agora ou nunca", diz o único membro da campanha republicana no local, pedindo para ter a identidade preservada.

Quando se trata de bater de porta em portas, chamando as pessoas, mobilizar simpatizantes e exortá-los a votar, as estratégias convencionais da campanha de Trump têm ficado atrás das usadas pela democrata Hillary Clinton, no que os políticos chamam de "o jogo no campo".

As pesquisas mostram uma diferença mínima entre os dois candidatos e isso é crucial no campo de batalha e na Flórida, um estado-chave no qual o republicano George W. Bush venceu seu rival democrata Al Gore em 2000 por pouco mais de 500 votos.

"Iniciar o jogo no campo é muito, muito importante para ter sucesso em um estado com uma corrida apertada como estamos vendo na Flórida", acredita o consultor político Brian Burgess.

"Convencer os eleitores de votar, e os eleitores adequados, pode fazer uma diferença de um ou dois pontos".

Começo tardio

Há menos de dois meses, as fileiras republicanas abriram mais de 25 escritórios na Flórida, principalmente dirigidos pelo Comitê Nacional Republicano e não pela campanha de seu candidato.

Em contraste, a equipe de Hillary está melhor estabelecida, com mais que o dobro de escritórios em todo o estado, incluindo mais de uma dúzia em Miami-Dade.

Em uma dessas sedes de campanha localizada em um shopping center no subúrbio de Pinecrest, quase uma dúzia de pessoas trabalha intensamente chamando os eleitores esta semana, enquanto outro membro da equipe vendia broches, camisas e oferecia a oportunidade de ser fotografado com um anúncio Hillary Clinton.

"O importante é conversar com o maior número de eleitores possível", explicou o diretor-executivo do Partido Democrata em Miami-Dade, Juan Cuba.

"Para isso, nós estamos fazendo uma enorme campanha porta a porta e fazendo muitos telefonemas", indicou.

Um fator-chave na Flórida é convencer as pessoas a votar durante as duas semanas prévias ao dia da eleição para evitar as longas filas que ocorrerão no dia 8 de novembro.

"A mobilização importa", assegurou Stephen Craig, professor e diretor do programa de campanhas políticas na Universidade da Flórida.

"As pessoas tendem mais a votar quando foram contactadas por um candidato ou partido durante a campanha e isso pode fazer a diferença em uma corrida apertada", acrescenta.

Quem são os simpatizantes?

Mas quem são os eleitores de Trump? Identificá-los pode ser um desafio, especialmente quando se lida com um candidato que tem dividido os evangélicos cristãos, insultado hispânicos, questionou o herói de guerra republicano John McCain e foi acusado de assediar mulheres.

"Os republicanos têm pouca ideia de quem são os eleitores reais de Trump, simplesmente porque eles não são do mesmo tipo dos que estão acostumados a tratar", disse Burgess.

Em frente a uma livraria de Miami, três simpatizantes do magnata seguram cartazes com as pesquisas desta semana, mas não se encaixam no modelo republicano.

Um deles é um homem grisalho vestindo uma camisa com a mensagem "Outro democrata apoiando Trump 2016".

Outro é uma mulher com batom rosa, com um boné de beisebol com o slogan de Trump "Make America Great Again" (Vamos tornar a América grande de novo) e um tutu vermelho. Ela também exibe um cartaz com a mensagem "Mulheres por Trump".

Enquanto fotografa com seu celular os motoristas que paravam para posar com o letreiro de Trump, diz que o "boca a boca e as redes sociais" são o principal impulso para atrair eleitores.

O terceiro simpatizante é Katrina Vidal, uma senhora de 60 anos que diz ter passado cerca de dez horas durante dois dias fazendo campanha para o republicano em um estacionamento.

Equipada com óculos de sol e um boné em uma tarde nublada, Vidal conta que desistiu de telefonar para os eleitores por não falar espanhol - idioma dominante em Miami.

"Os simpatizantes de Hillary são desagradáveis", comentou, lembrando-se de uma mulher que gritou "foda-se" enquanto se dirigia ao centro de votação.

Apesar deste incidente, considera "muito positiva" a experiência de fazer campanha para Trump: "O voto é a coisa mais importante que você pode fazer como americano."


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