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Estado de Minas

EUA têm direito de construir muro, diz Trump a Peña Nieto


postado em 31/08/2016 20:37

O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta quarta-feira (31), em conversa com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, sua polêmica proposta de construir um muro entre os dois países, alegando que há "muito crime e problemas" na fronteira.

Os dois se reuniram na Cidade do México, um encontro duramente criticado por políticos, analistas e cidadãos mexicanos que desaprovam o discurso xenófobo do magnata nova-iorquino.

"Os Estados Unidos têm o direito de construir um muro fronteiriço", disse o magnata Trump em uma mensagem à imprensa, junto com Peña Nieto, o qual garantiu que o México não pagará essa obra.

"No início da conversa com Donald Trump deixei claro que o México não pagará pelo muro", escreveu Peña Nieto no Twitter.

O porta-voz da presidência Eduardo Sánchez assinalou à AFP que Peña Nieto reconheceu que "os Estados Unidos tem o direito de construir um muro em seu território", mas ele deve ser pago pelos americanos.

Trump disse acreditar no presidente mexicano para poder resolver juntos os problemas na fronteira comum.

"Acho que o presidente e eu podemos resolver esses problemas (...). A imigração ilegal é um problema tanto para o México quanto para nós. As drogas são um tremendo problema tanto para o México quanto para nós. Não é uma via de mão única. Trabalharemos juntos e resolveremos esses problemas", manifestou Trump.

Sobre sua conversa privada com Peña Nieto, o magnata garantiu que tiveram uma "substantiva e construtiva troca de ideias" e que, para ele, foi importante apresentar sua perspectiva sobre o impacto da imigração ilegal e sobre o comércio entre ambos os países.

Peña Nieto é o primeiro presidente mexicano que se reúne com um candidato americano e que, além disso, oferece uma mensagem midiática conjunta, apesar de seu convidado não ser um chefe de Estado.

O presidente mexicano destacou a importância de se trabalhar em conjunto para conseguir uma fronteira mais segura, mas ressaltou a obrigação de conter o fluxo de armas e dinheiro do vizinho do norte para organizações criminosas no sul.

"Muitas vidas podem ser salvas em ambos os lados da fronteira, se as organizações criminosas deixarem de receber armas e dinheiro (...) Ambos os países devem investir mais nisso (na fronteira), mais em infraestrutura, mais nas pessoas, mais em tecnologia para tornar mais segura e eficiente" a fronteira comum, declarou o mexicano.

Encontro criticado

Trump desembarcou às 13h09 locais (15h09, horário de Brasília), no hangar presidencial do Aeroporto Internacional da Cidade do México.

Após a aterrissagem, um fotógrafo da AFP observou a decolagem de um helicóptero da Presidência, no qual o magnata teria sido levado para a residência presidencial de Los Pinos.

Com esse surpreendente encontro, Trump busca reverter sua desvantagem nas pesquisas de intenção de voto em relação à sua oponente democrata, Hillary Clinton. O candidato tenta mostrar ao eleitorado americano que não é xenófobo, apesar de suas destemperadas declarações contra os imigrantes.

O encontro foi anunciado na terça à noite por Trump e Peña Nieto. Ambos já se enfrentaram a distância, mas hoje encontram, aparentemente, interesse político em estender a mão um ao outro.

O convite do presidente mexicano surpreende, já que poucos americanos são tão impopulares nesse país quanto Trump. Ao longo da campanha eleitoral, o magnata nova-iorquino teve no México um de seus alvos, acusando o vizinho de enviar seus piores elementos para os Estados Unidos. Entre eles, segundo Trump, estariam estupradores, criminosos e traficantes de drogas.

Hillary voltou à carga contra o rival nesta quarta, durante um discurso em Ohio, reiterando que seu adversário não tem a experiência, nem a personalidade necessárias para assumir o controle da Casa Branca.

"É necessário mais do que tentar apagar um ano de insultos e insinuações com uma visita de não sei quantas horas aos nossos vizinhos antes de voltar para a casa", afirmou.

No início de sua campanha, Trump causou um escândalo regional, ao afirmar que os imigrantes mexicanos são estupradores e traficantes de drogas e que tiram o trabalho de americanos, além de defender a construção de um grande muro ao longo dos mais de 3.000 km de fronteira binacional.

Embora ele tenha amenizado sua postura recentemente, postulando uma política "justa e humana", os mexicanos não esqueceram a dureza de sua retórica. Na Cidade do México, Donald Trump era esperado com manifestações de repúdio.

A visita de Trump ao México acontece no mesmo dia de seu comício no Arizona, estado na fronteira com o México.

Os Estados Unidos são o principal sócio comercial do México. Estima-se que vivam hoje nos EUA cerca de 11 milhões de pessoas em condição clandestina, a maioria mexicana.


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