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Estado de Minas

Autor da matança de Munique preparou seu ataque durante um ano


postado em 24/07/2016 19:31

O autor do tiroteio na sexta-feira em Munique, que deixou 9 mortos e 35 feridos, preparou seu ataque durante um ano, comprou sua arma pela internet, mas não escolheu suas vítimas de maneira específica, informou a polícia, que anunciou neste domingo a detenção de um amigo do atirador.

A polícia da capital da Bavária levantou neste domingo um pouco do véu de mistério sobre a maneira como David Ali Sonboly, de 18 anos e de dupla cidadania alemã e iraniana, era fascinado por matanças em massa e de como passou da teoria à ação.

A polícia alemã anunciou que deteve um menor de idade afegão que era amigo do autor do massacre em Munique perpetrado na última sexta-feira.

"Suspeitamos que este rapaz de 16 anos possa ter estado a par do ato que (o atirador) preparava", afirmou a polícia em comunicado.

O adolescente detido "se apresentou espontaneamente à polícia depois do ataque de loucura assassina e foi interrogado sobre seus vínculos com o autor", informou a polícia.

As verificações efetuadas "revelaram contradições em suas declarações" e levaram à sua detenção por "não denunciar um crime".

Os policiais acreditam que o atirador se viu influenciado em particular pela matança de Winnenden (sudoeste), em março de 2009, quando um jovem de 17 anos abriu fogo em seu ex-colega, matando 15 pessoas para depois suicidar-se.

Além do fascínio que sentia por Anders Behring Breivik, autor do massacre de 77 pessoas na Noruega - o tiroteio no shopping de Munique aconteceu exatamente no dia em que a chacina completava cinco anos -, a polícia considera o caso Winnenden foi determinante em sua decisão de virar assassino em massa.

"As primeiras observações levam à conclusão que se interessou por este ato, indo visitar a cidade e tirando fotos há um ano". "Em seguida, planejou seu próprio ato de matança", explicou o chefe da polícia, Robert Heimberger.

As imagens foram encontradas em uma câmera de David.

O Facebook, por sua vez, serviu a ele como uma armadilha para atrair suas vitimas, ao divulgar falsas ofertas na lanchonete McDonald's do shopping Olympia, local que escolheu para colocar sem plano em ação.

Para isso, o jovem criou um perfil falso na rede social em maio passado, depois de hackear fotos e dados de conta já existente, e postou uma mensagem oferecendo comida e bebida grátis.

Apesar disso, ainda não se sabe se as vítimas haviam respondido à oferta.

O jovem detido é suspeito de ter postado uma mensagem parecida na rede social chamando as pessoas para o cinema depois dos ataques. No entanto, a polícia investiga se isso foi uma brincadeira inadequada.

Segundo a investigação, o autor do tiroteio não visou de maneira específica suas vítimas.

"Não havia nada contra estrangeiros, ao contrário do que afirmaram", enfatizou o procurador da cidade, Thomas Steinkraus-Koch, desmentindo os meios de comunicação que destacaram a origem estrangeira das vítimas.

De acordo com o chefe de polícia, que a lanchonete McDonald's e o bairro onde teve lugar a tragédia são frequentados por estrangeiros ou alemães de origem migrante, lo que explica a presença de tantas vítimas estrangeiras.

Entre os mortos figuram um turco, dois alemães-turcos, dois alemães, um húngaro, um kosovar, um grego e um apátrida.

- Fobia social -

Filho de iranianos chegados à Alemanha como solicitantes de asilo no final dos anos 1990, David Ali Sonboly sofria transtornos psiquiátricos.

Em 2015, passou dois meses em uma clínica por causa de "fobia social" e crise de angústia. Depois, seguiu um tratamento, como demonstram os medicamentos encontrados em seu quarto.

Também foi constatado que sofria bullying por parte de outros jovens.

No total, foram encontradas 58 balas no local da matança. O assassino usou uma pistola Glock 17 comprada na "Darknet", a internet subterrânea, na qual transcorrem transações ilegais.

Outras 300 munições foram encontradas em sua mochila depois que se suicidou ao ver a polícia chegar para detê-lo, o que sugere que o balanço de vítimas poderia ter sido muito maior.

Esta tragédia faz aflorar um debate sobre a necessidade de um endurecimento da legislação em termos de armas na Alemanha.

"Devemos examinar com muito cuidado sempre, e quando for necessário, legislar", declarou o ministro De Maizière, na edição deste domingo do jornal Bild.

Por sua parte, o vice-chanceler Sigmar Gabriel pediu para que se faça todo o possível para "restringir o acesso às armas letais e controlá-las rigidamente".


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