O escândalo mundial provocado pelos chamados "Panama Papers" mostrou sistemas financeiros nacionais "vulneráveis", disse nessa terça-feira em Washington o presidente desse país, Juan Carlos Varela, que pediu um "diálogo respeitoso" sobre transparência em nível global.
Ao discursar durante o 46º Conselho das Américas, no Departamento de Estado, Varela disse que esses papéis "revelam um problema global, que envolve muitos países cujas estruturas legais e financeiras ainda são vulneráveis" a procedimentos que "não representam o bem comum".
Durante seu discurso, Varela destacou que seu governo optou pela iniciativa diplomática para enfrentar a delicada questão da transparência em operações financeiras, principalmente mediante entendimentos com outros países concentrados na cooperação.
"Pedimos à comunidade internacional que mantenha um diálogo respeitoso através dos canais diplomáticos sobre essa questão".
Por isso, seu governo tomou a decisão de "começar negociações por acordos bilaterais sobre intercâmbio de informações", como os já iniciados com Japão e Cingapura.
"O Panamá mantém a cabeça erguida e continuará sua caminhada em busca da reforma e da transparência", disse o presidente.
Varela tem uma agenda cheia na capital americana, em uma viagem vista como uma ofensiva diplomática após a divulgação dos Panama Papers, que mostram como empresários e companhias usam os chamados 'paraísos fiscais' para escapar dos impostos em seus países de origem.
Além de Varela, neste 46º Conselho das Américas participam os secretários americanos John Kerry (Estado) e Penny Pritzker (Comércio).
Na quarta-feira, o presidente panamenho participará de uma Cúpula de Energia, convocada pelo vice-presidente americano Joe Biden na sede do Departamento de Estado.
Varela também tem na agenda encontros com David Lipton, diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), e com o colombiano Luis Alberto Moreno, titular do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).