A proliferação de microalgas no sul do Chile - influenciada pelo fenômeno el Niño - provocou a morte de 24.000 toneladas de salmão, informou nesta quarta-feira o governo chileno, após ativar um plano de contingência para frear as enormes perdas nesta indústria.
A proliferação de microalgas "deixou até agora uma mortalidade de 24 mil toneladas de salmão", envolvendo nove empresas que operam em 20 fazendas na região de Los Lagos (sul do Chile), o Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura (Sernapesca).
"Enquanto governo estamos fazendo todos os esforços para mitigar os efeitos que esse boom teve de produção de salmão", disse o ministro da Economia, Luis Céspedes, após reunião com autoridades da Sernapesca para monitorar a situação.
O governo chileno reconheceu que esta é uma situação complexa causada pelo efeito El Niño que causou um aumento na temperatura da água na área, disse Cespedes.
O plano de contingência inclui facilitar a circulação de peixe de gaiolas afetadas outras áreas onde não há perigo de algas, de acordo com a Sernapesca.
Diante do surto, as empresas estão adiantando as pescas de salmão - o que causa uma redução da produção por unidade de volume, que normalmente tem uma média de 4,5 quilos.
As proliferação de algas - que provoca a morte dos salmões por falta de oxigênio - ocorre este ano no momento em que "a água do oceano está mais quente graças ao efeito do El Niño, mas é difícil afirmar que é o aquecimento global que gera isso, já que são vários fatores e muitas anormalidades que ninguém consegue explicar", confirmou à AFP Sergio Palma, doutor em oceanografia biológica, pesquisador da Universidade Católica de Valparaíso.
As autoridades locais vão continuar monitorando as zonas afetadas junto às empresas que consideram "crítica" a situação, que atinge mais uma vez a indústria exposta à proliferação deste tipo de fenômeno e outros de origem viral.
A cultura do salmão, ao lado do cobre e da celulose, é uma das estrelas do setor exportador chileno.