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Estado de Minas

Primeiro-ministro da Rússia diz que mundo entrou em uma nova guerra fria

"Nós realmente precisamos de um terceiro terremoto mundial para compreender que o que falta é a cooperação, ao invés de confrontação?", perguntou


postado em 13/02/2016 11:55 / atualizado em 13/02/2016 12:12

(foto: Christof STACHE / AFP)
(foto: Christof STACHE / AFP)

O primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, fez neste sábado uma avaliação sombria das relações entre seu país e o Ocidente, minadas pelos conflitos na Ucrânia e na Síria, e afirmou que entraram em uma nova Guerra Fria. "Podemos dizer as coisas mais claramente: entramos em um novo período de Guerra Fria", disse Medvedev na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, realizada todos os anos. "O que resta é uma política hostil e fechada, em nossa opinião, da Otan com relação à Rússia", disse o primeiro-ministro russo.

"Nós realmente precisamos de um terceiro terremoto mundial para compreender que o que falta é a cooperação, ao invés de confrontação?", perguntou. A Rússia e o Ocidente ocupam posições opostas no conflito da Síria, onde Moscou apoia abertamente o governo de Damasco, duramente criticado pela coalizão ocidental.


As mesmas potências ocidentais acusam Moscou de apoiar os rebeldes separatistas pró-russos do leste da Ucrânia em sua luta contra o poder pró-ocidental de Kiev.

Em seu discurso, Medvedev criticou em particular a política da União Europeia que consiste em reforçar as relações com várias antigas repúblicas soviéticas, que segundo ele exclui a Rússia. "Os políticos europeus acreditava que ao criar um suposto 'cinturão de amigos' nas fronteiras da União Europeia estariam garantindo segurança. Qual é o resultado? Não um cinturão de amigos, mas sim de exclusão", apontou.


"Quase diariamente nos acusam de proferir novas ameaças horríveis contra a Otan, contra a Europa, contra os Estados Unidos ou outros países", disse.

Criar confiança é difícil 

A parceria estratégica entre a UE e a Ucrânia levou a um conflito aberto neste país em 2014, que viveu uma rápida escalada com a incorporação da Crimeia pela Rússia, as sanções ocidentais contra Moscou e o congelamento de muitas oportunidades para o diálogo.

Medvedev disse que "é difícil construir a confiança", embora as posições da Rússia e do Ocidente "não difiram tanto quanto 40 anos atrás, quando havia uma parede na Europa". O primeiro-ministro russo citou o encontro histórico entre o Papa Francisco e Patriarca russo Kirill em Cuba, como um "brilhante exemplo" de diálogo.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a aliança não quer "uma nova guerra fria", embora sua resposta "deva ser firme". "Vemos uma Rússia mais firme, que desestabiliza a ordem regional europeia", disse Stoltenberg, referindo-se ao caso da Crimeia e ao conflito entre Kiev e os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.


Diante desta "nova realidade", a aliança atlântica optou por "mais defesa", embora também queira "mais diálogo" com Moscou, garantiu. Na quarta-feira, os 28 países membros da Otan decidiram reforçar a "presença à frente" da aliança na Europa Oriental, com equipamentos pesados e tropas.

Segundo Stoltenberg, trata-se do "maior reforço de nossa defesa coletiva em décadas, para prevenir qualquer agressão ou intimidação. Não para fazer a guerra, mas para preveni-la". Virando-se para a Síria, Medvedev sublinhou o compromisso de seu país com a trégua anunciada para a próxima semana, após um acordo com Washington. "É difícil, mas não há alternativa", garantiu.

Ele também pediu aos americanos para conversar com os militares russos para coordenar sua ação e monitorar a implementação do cessar-fogo na Síria. Segundo ele, poderiam se comunicar "cerca de dez vezes por dia". Os Estados Unidos, à frente de uma coalizão que ataca pelo ar os jihadistas no Iraque e na Síria desde 2014, se negam até agora a uma cooperação militar com a Rússia, que opera na Síria desde 30 de setembro do ano passado.

Washington acusa Moscou de estar bombardeando muito mais grupos rebeldes moderados do que os extremistas do Estado islâmico, com o objetivo principal de ajudar o governo de Bashar al-Assad a recuperar terreno.


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