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Estado de Minas

Tribunal considera culpados os israelenses que queimaram palestino em 2014


postado em 30/11/2015 09:31

Um tribunal de Jerusalém considerou culpados por assassinato dois jovens israelenses por sequestrar e queimar vivo em 2014 um adolescente palestino, um crime que alimentou a escalada de violência antes da guerra de Gaza.

O pronunciamento sobre o terceiro acusado, Yosef Haim Ben David, de 31 anos, considerado o mentor e principal executor do crime, foi adiado à espera de uma avaliação psiquiátrica. Uma decisão que foi criticada pela família da vítima e pelo movimento islamita Hamas.

O tribunal determinou que Ben David e os outros dois acusados, que eram menores no momento do crime, sequestraram e assassinaram Mohamad Abu Jdeir, de 16 anos, em julho de 2014 em Jerusalém.

No entanto, os juízes não anunciaram a pena. Antes, eles pretendem se pronunciar, em 20 de dezembro, sobre Ben David, após a avaliação psiquiátrica.

Os advogados do réu apresentaram há alguns dias um documento para alegar que, por seu estado mental, ele não pode ser responsabilizado penalmente.

Os juízes anunciarão as sentenças em 13 de janeiro, ao menos para os outros dois acusados, que agora têm 18 anos.

O pai de Abu Jdeir criticou o adiamento do veredicto e pediu a destruição das casas dos três acusados, como Israel faz com os palestinos que atacam seus cidadãos.

"O tribunal atua de uma forma com os árabes e de outra com os judeus", disse.

Yosef Haim Ben David, um judeu residente em uma colônia próxima a Jerusalém, explicou aos investigadores após sua detenção que eles pretendiam vingar o sequestro e assassinato, três semanas antes, de três adolescentes israelenses por parte de palestinos na Cisjordânia ocupada.

O assassinato de Abu Jdeir aumentou a tensão entre palestinos e israelenses que resultou na guerra na Faixa de Gaza entre julho e agosto de 2014, um confronto que provocou mais de 2.200 mortes.

O ano de 2014 foi o mais violento do conflito entre Israel e os palestinos, segundo a ONU.

Os dois acusados considerados culpados pelo assassinato não foram identificados pelo tribunal. A única informação disponível é que um deles é de Jerusalém e o outro da cidade israelense de Beit Shemesh.

Abu Jdeir foi sequestrado em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel. Seu corpo foi encontrado queimado, horas depois, em bosque da zona oeste da cidade.

De acordo com os exames dos legistas, havia fumaça nos pulmões do palestino, o que indica que estava vivo quando atearam fogo a seu corpo.

Semanas antes do assassinato de Abu Jdeir, o sequestro de Naftali Frenkel, Gilad Shaer e Eyal Yifrach perto de Hebron, sul da Cisjordânia, desencadeou uma ampla operação israelense que matou cinco palestinos e resultou na detenção de centenas de pessoas.

Israel atribuiu os sequestros a militantes do Hamas, o movimento islamista que controla Gaza.

O Hamas chamou o adiamento do veredicto de "prova do racismo do ocupante (Israel) e do amparo que dá aos crimes dos colonos".

Desde o início de outubro, Israel, Cisjordânia e Gaza vivem uma onda de violência que matou 101 palestinos, incluindo um árabe israelense, 17 israelenses, um americano e um cidadão da Eritreia.


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