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Estado de Minas

Venezuela critica as acusações dos EUA sobre morte de opositor


postado em 27/11/2015 14:40

A Venezuela afirmou nesta sexta-feira que são "falsas e insolentes" as declarações do porta-voz do departamento de Estado dos Estados Unidos, John Kirby, que pediu que o governo de Nicolás Maduro pare com as "campanhas de medo" depois do assassinato de um opositor político.

"A Venezuela rejeita as declarações do porta-voz do departamento de Estado John Kirby por serem ingerentes, insolentes e falsas", escreveu a chanceler Delcy Rodríguez em seu Twitter.

Ela considerou "deplorável o apoio que os Estados Unidos dão aos bandos criminosos conectados com a oposição venezuelana" e acrescentou que pretendem "vincular um assassinato por encomenda" às eleições legislativas de 6 de dezembro.

Não apenas os Estados Unidos e a União Europeia se manifestaram respeito do crime, como o Alto Comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, afirmou que a Venezuela deve proteger os políticos opositores e dissidentes e esclarecer a morte do opositor.

"Peço às autoridades que garantam que a investigação do assassinato de Luis Díaz seja independente e imparcial, e que leve ante a justiça não apenas quem cometeu, como também os autores intelectuais deste crime", afirma Zeid em um comunicado.

Na véspera, os Estados Unidos condenaram o assassinato do político Manuel Díaz, pedindo ao governo de Caracas que ponha um ponto final às "campanhas de medo" com a proximidade das eleições.

Em nota, o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, afirmou que o assassinato de Díaz foi "o mais letal de vários ataques e atos de intimidação recentes contra candidatos da oposição".

Nesse sentido, Washington pediu "ao governo da Venezuela que proteja todos os candidatos políticos", acrescentando que "campanhas de medo, violência e intimidação não têm lugar em uma democracia".

No comunicado, solicita-se ainda ao "Conselho Nacional Eleitoral que garanta que esta campanha seja conduzida de forma a estimular a plena participação dos venezuelanos".

O assassinato ocorreu na quarta-feira, durante durante um ato eleitoral na presença da esposa do dirigente preso Leopoldo López, e tornou ainda mais tensa já agressiva campanha para as eleições legislativas.

Luis Manuel Díaz, secretário-geral da Ação Democrática (AD) de Altagracia de Orituco, no estado de Guárico (centro), foi baleado na quarta à noite durante um comício eleitoral com Lilian Tintori, mulher de López, informou o porta-voz nacional do partido, deputado opositor Henry Ramos Allup.

Leopoldo López cumpre pena de quase 14 anos de prisão, após ter sido condenado pela acusação de estimular a violência nos protestos contra o governo, nos quais 43 pessoas morreram entre fevereiro e maio de 2014.

Em um ato público na quinta, o presidente Nicolás Maduro comentou o episódio.

"Houve um incidente lamentável em Guárico. Transfiro as condolências à família do falecido. As investigações começaram. O ministro do Interior já tem elementos que apontam para um homicídio por ajuste de contas entre grupos rivais", afirmou Maduro.

A Venezuela é um dos países com a maior taxa de homicídios no mundo, 53,7 por 100.000 habitantes em 2012, de acordo com o último relatório da ONU.

Os venezuelanos comparecerão às urnas em 6 de dezembro para escolher os 167 deputados de uma Assembleia unicameral, controlada pelo chavismo há 16 anos.

De acordo com várias pesquisas, a opositora MUD lidera as intenções de voto com uma vantagem de 14 a 35 pontos, mas o presidente Nicolás Maduro afirma ter um voto garantido de 40%.


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