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Estado de Minas

EUA mudam estratégia na Síria após fracasso


postado em 09/10/2015 23:31

Os Estados Unidos se viram forçados a admitir o fracasso de seu plano de criar unidades rebeldes na Síria para combater o Estado Islâmico (EI), anunciando, em contrapartida, que o governo americano vai armar líderes locais selecionados.

Funcionários da Casa Branca e do Pentágono insistiram em que a "pausa" nos esforços para treinar os rebeldes sírios fora do território desse país lhes permitirá realocar seus esforços para outros lugares.

"Tivemos alguns desafios significativos", disse a subsecretária americana de Política da Defesa, Christine Wormuth.

"Assim, vamos pausar o treinamento que estivemos fazendo, onde recrutamos combatentes individuais específicos", acrescentou.

Na medida em que a estratégia do presidente Barack Obama na Síria vai de um fracasso a outro, a suspensão do programa de 500 milhões de dólares para treinar e equipar os rebeldes se torna embaraçosa.

Os inimigos políticos de Obama, entre eles o congressista republicano do Texas Mac Thornberry, que preside a Comissão das Forças Armadas da Câmara de Representantes, não demoraram a reagir.

"O governo teve uma política fraca e inadequada contra o EI", alfinetou.

"Ajustar um programa, mesmo que seja bem-sucedido, não resolverá o problema", completou Thornberry.

"Hoje, o governo de Obama reconheceu o que sabemos há algum tempo: o treinamento dos rebeldes sírios é um fracasso", declarou a senadora Deb Fischer.

Funcionários do Pentágono disseram a jornalistas que, em vez de treinar unidades rebeldes, iriam fornecer armas a líderes rebeldes já no terreno.

"No modelo anterior, estávamos treinando unidades de Infantaria. Agora, estamos mudando para um modelo que produzirá uma maior capacidade militar de combate", explicou um funcionário do Pentágono, que se negou a especificar quantos líderes seriam armados e treinados.

Segundo a fonte, o novo plano será iniciado em alguns dias.

'É uma piada'

Dois pequenos grupos de rebeldes formados e armados pelos Estados Unidos entraram na Síria este ano através da Turquia.

Os primeiros graduados, um grupo de 54 combatentes, foram atacados pela Al-Nosra em julho, e o Pentágono ainda não sabe o que aconteceu com eles. Sabe apenas que pelo menos menos um foi morto.

Um segundo grupo, composto por cerca de 70 rebeldes, foi devolvido à Síria no final de setembro. Começaram a circular boatos no Twitter de que o grupo desertou, ou repassou o equipamento militar para a Al-Qaeda.

No mês passado, o general Lloyd Austin apresentou os últimos números do programa. O plano que previa o treinamento de 5.000 rebeldes por ano conseguiu treinar até o momento apenas algumas dezenas de combatentes. Essa informação provocou críticas de legisladores americanos.

"É uma piada", comentou a senadora republicana Kelly Ayotte.

Acreditava-se que o programa de treinamento deveria funcionar junto com a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que luta contra o EI. Por mais de um ano, essas forças enviaram regularmente missões com "drones" e aviões de guerra contra o EI no Iraque e na Síria.

Um esforço que se viu complicado depois que a Rússia começou sua própria ofensiva na Síria contra os "terroristas". Segundo o Pentágono, Moscou estaria atacando quase que exclusivamente os opositores do presidente Bashar Al-Assad.

O senador americano John McCain disse que aviões russos atacaram, na Síria, grupos "financiados e treinados pela nossa CIA".

O senador da oposição, que lidera a Comissão das Forças Armadas no Senado, já havia defendido um papel mais ativo dos Estados Unidos no Oriente Médio, em especial nos esforços para tirar Al-Assad de cena.

Para McCain, "o fracasso da liderança americana" fortaleceu o presidente russo, Vladimir Putin, na região.


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