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Estado de Minas

Nobel da Paz premia grupo que atua na contrução da democracia na Tunísia

Quarteto do Diálogo Nacional teve ação decisiva nachamada Primavera Árabe de 2011


postado em 09/10/2015 06:40 / atualizado em 09/10/2015 12:39

Da esquerda para a direita: o secretário-geral da União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT), Houcine Abbassi; a presidente da União Tunisiana da Indústria, do Comércio e do Artesanato (Utica), Wided Bouchamaoui; o presidente da Liga Tunisiana dos Direitos Humanos (LTDH), Abdessattar ben Moussa; e o presidente da Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia (ONAT), Fadhel Mahfoudh (foto: Fethi Belaid/AFP)
Da esquerda para a direita: o secretário-geral da União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT), Houcine Abbassi; a presidente da União Tunisiana da Indústria, do Comércio e do Artesanato (Utica), Wided Bouchamaoui; o presidente da Liga Tunisiana dos Direitos Humanos (LTDH), Abdessattar ben Moussa; e o presidente da Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia (ONAT), Fadhel Mahfoudh (foto: Fethi Belaid/AFP)

O Quarteto do Diálogo Nacional tunisiano recebeu nesta sexta-feira o Prêmio Nobel da Paz "por sua contribuição decisiva para a construção de uma democracia pluralista" na Tunísia, berço e única esperança da chamada Primavera Árabe de 2011.


"O Quarteto se formou em meados de 2013, num momento em que o processo de democratização corria perigo devido aos assassinatos políticos e aos importantes distúrbios sociais", destacou em Oslo a presidente do comitê Nobel norueguês, Kaci Kullmann Five.


"O prêmio pretende, acima de tudo, encorajar o povo tunisiano que, apesar dos grandes desafios, estabeleceu as bases de uma fraternidade nacional que, segundo espera o comitê, servirá de exemplo para outros países", acrescentou.


O grupo, composto pela União Geral Tunisiana de Trabalho (UGTT), sindicato histórico da Tunísia e símbolo da independência, pela patronal Utica, pela Liga Tunisiana de Direitos Humanos (LTDH) e pela ordem dos advogados, lançou "um processo político alternativo, pacífico, num momento em que o país estava à beira da guerra civil", lembrou o comitê.


O Quarteto organizou um longo e complicado diálogo nacional entre os islamitas e seus opositores, obrigando-os a tirar o país da paralisia institucional na qual estava afundado após a queda do regime autoritário de Zine El Abidine Ben Ali, em 2011.


Uma nova Constituição foi adotada no início de 2014, e um executivo de tecnocratas sucedeu o governo dirigido pelos islamitas do Ennahda, vencedores das primeiras eleições democráticas do país, para buscar uma saída para a crise política.


O exemplo tunisiano "mostra que movimentos políticos islamitas e laicos podem trabalhar juntos para alcançar resultados significativos", disse Kullmann Five.


A Tunísia conquistou sua transição política enquanto, ao seu redor, a Primavera Árabe se transformava em caos na Líbia, no Iêmen e na Síria, e a repressão retornava ao Egito.


Em dezembro, as primeiras eleições presidenciais democráticas da Tunísia deram a vitória a Beji Caid Essebsi, um antigo responsável dos regimes de Habib Bourguiba e de Zine El Abidine Ben Ali, que prometeu virar a página do autoritarismo.


O prêmio consagra "o caminho de consenso" escolhido pelo país, declarou Essebsi nesta sexta-feira.


Esperança


O prêmio Nobel da Paz é "uma homenagem aos mártires da Tunísia democrática", declarou nesta sexta-feira o secretário-geral do sindicato UGTT, Houcine Abassi. "Este esforço de nossa juventude permitiu que o país virasse a página da ditadura", acrescentou Abassi.


Ouided Bouchamaoui, líder da Utica, expressou o orgulho das organizações recompensadas que "tiveram êxito ali onde os demais fracassaram".


O primeiro-ministro britânico, David Cameron, opinou no Twitter que o prêmio contribui para converter a Tunísia em "um faro da esperança" na região.


"Deve permitir à Tunísia ir ainda mais longe no êxito de sua transição", afirmou, por sua vez, o presidente francês, François Hollande.


Apesar de suas conquistas, o país segue debilitado pelos atentados islamitas.


Um atentado no museu do Bardo, em março na capital, deixou 22 mortos, e três meses depois, em junho, um ataque deixou 38 mortos em um hotel frequentado por turistas estrangeiros em Sousse (leste). Os dois atos foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).


Um deputado do Nidaa Tounès, a primeira força política do país, sobreviveu na quinta-feira a uma tentativa de assassinato em Sousse.


O Quarteto sucede a adolescente paquistanesa Malala e o indiano Kailash Satyarthi, que receberam o Nobel da Paz de 2014 por seu trabalho a favor da infância.


Os vencedores receberão seus prêmios em uma cerimônia que será realizada em Oslo no dia 10 de dezembro, data do aniversário da morte em 1896 do criador do prêmio, Alfred Nobel, cientista e filantropo sueco.


Receberão uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de oito milhões de coroas suecas (860.000 euros, 973.000 dólares).


A temporada dos prêmios termina na segunda-feira com o Nobel de Economia.


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