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Estado de Minas

Dados decepcionantes do emprego complicam perspectiva de alta dos juros nos EUA


postado em 02/10/2015 16:10

O mercado de emprego nos Estados Unidos, afetado pela fragilidade da economia internacional, decepcionou em setembro, reforçando as incertezas sobre um ajuste da política monetária do banco central americano.

A economia americana criou somente 142.000 novos empregos no mês passado, mostrando uma nova queda nos setores de indústria e mineração.

Os números caíram como um balde de água fria sobre as expectativas dos economistas, que previam 205.000 contratações.

Para piorar ainda mais o panorama, o governo revisou também para baixo a cifra do mês de agosto, a 136.000 novos empregos, contra 173.000 estimados previamente. Desde a primavera boreal, ao longo de 2014, a criação de empregos superou amplamente o nível de 200.000 por mês.

A taxa de desemprego se manteve em 5,1% em setembro, seu nível mais baixo em sete anos.

Este bom comportamento da taxa de desemprego esconde outra má notícia: a taxa de atividade caiu a seu nível mais baixo desde o segundo choque da crise petroleira de 1977 (62,4%, equivalente a -0,2 ponto), informou o governo.

Essa taxa de atividade, ou proporção da população em idade de trabalhar que tem emprego ou está buscando um, mostra que mais pessoas renunciaram a buscar trabalho por sua idade, falta de formação ou não adequar-se às exigências do mercado.

O fato de que 350.000 pessoas tenham abandonado o mercado de trabalho ajudou a manter a taxa de desemprego no nível mais baixo desde abril de 2008.

Em um comunicado, a Casa Branca atribuiu "o menor ritmo de criação de empregos em relação ao início do ano à desaceleração do crescimento no exterior e as turbulências nos mercados financeiros, que pesaram na atividade econômica".

Na quinta-feira, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, advertiu que "há motivos para estar preocupados" sobre a economia mundial.

"A perspectiva de um aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e a desaceleração na China estão contribuindo para a incerteza a uma maior volatilidade dos mercados", afirmou Lagarde em um discurso em Washington, acrescentando que alguns ganhos recentes "agora estão em risco".

Quanto às criações de postos de trabalho, as indústrias vinculadas à energia, afetadas pela queda dos preços do petróleo, registraram maior perda de empregos (-10.000). Os efetivos nesse setor caíram em 102.000 desde janeiro.

As indústrias tiveram perda de 9.000 empregos em setembro, após uma queda de 22.000 em agosto, o que reflete o impacto de uma demanda mundial fraca e da valorização do dólar.

A queda dos preços mundiais torna as importações mais acessíveis enquanto o fortalecimento do dólar e a fraca demanda internacional diminuem as exportações americanas.

Perspectiva sobre os juros

Esses dados decepcionantes do mercado de trabalham afastam a perspectiva de aumento da taxa de juros antes do fim do ano por parte do banco central (Federal Reserve, Fed).

Um aumento dos juros, mantidos a praticamente zero há quase sete anos, parece excluída da próxima reunião do Comitê de política monetária em 28 de outubro. Também não se sabe ainda o que acontecerá na reunião seguinte, em meados de dezembro.

"Embora continue sendo importante não reagir excessivamente à publicação de um só dado, desta vez temos uma exceção", comentou Paul Ashworth, da Capital Economics. "As probabilidades de um aumento nos juros pelo Fed nesse ano acabam de evaporar", assegurou.

Ian Shepherdson, de Pantheon Macroeconomics, não acredita que haverá um aumento em outubro, mas isso "pode ser possível em dezembro".

A presidente do Fed, Janet Yellen, assegurou na semana passada que tanto ela como a maioria do comitê monetário estão a favor de uma primeira alta "antes do fim do ano" se não houver nenhuma "surpresa" econômica.

"Um crescimento menor dos empregos, uma taxa de atividade menor e salários congelados: não parece ser una receita para uma elevação dos juros", diagnostica Chris Low, economista da FTN Financial.


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