O ex-primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, detido provisoriamente desde novembro de 2014 no âmbito de uma investigação por corrupção, saiu da cadeia e foi posto em prisão domiciliar, sem uso de pulseira eletrônica, anunciou o Ministério público nesta sexta-feira.
Por decisão da corte de instrução, José Sócrates será posto "em prisão domiciliar, sem a obrigação de usar pulseira eletrônica", informou o MP em um comunicado.
Segundo as imagens transmitidas pela televisão portuguesa, o ex-primeiro-ministro socialista, de 57 anos, voltou a sua casa, em Lisboa, após sair da penitenciária de Évora (sudeste) em um veículo da administração carcerária.
Sorridente, José Sócrates não quis falar com a imprensa ao chegar em sua residência.
Sua libertação ocorre a um mês das eleições legislativas previstas para 4 de outubro. Antonio Costa, secretário-geral do partido Socialista, principal oposição ao governo atual, acredita que a situação de Sócrates não influenciará na consulta.
"Demos tempo para que a justiça fizesse seu trabalho", afirmou Costa, acrescentando que a "presunção de inocência" de Sócrates foi respeitada.
Chefe de governo entre 2005 e 2011, José Sócrates foi detido em 21 de novembro de 2014 e três dias depois, denunciado por fraude fiscal agravada, corrupção e lavagem de dinheiro.
Sócrates sempre negou de forma categórica essas acusações em inúmeras cartas escritas que escreveu à imprensa da prisão e acusou várias vezes a justiça de mantê-lo preso para impedir uma vitória socialista nas legislativas.