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Estado de Minas

Juiz emite ordem de prisão contra presidente da Guatemala por corrupção


postado em 03/09/2015 01:25

Um juiz guatemalteco emitiu nesta quarta-feira uma ordem de prisão contra o presidente Otto Pérez, um dia após o Congresso retirar sua imunidade para que seja investigado por corrupção no caso envolvendo uma quadrilha que agia na alfândega, informou a Procuradoria.

"A ordem de captura contra o presidente já foi emitida" pelo juiz Miguel Ángel Gálvez, encarregado do processo, disse a jornalista Julia Barrera, porta-voz da Promotoria.

Apesar da ordem de prisão, Otto Pérez deve se apresentar voluntariamente ao juiz, sem a necessidade de condução policial, de acordo com o combinado por seu advogado na manhã desta quarta-feira.

A ordem de prisão acontece após os cinco juízes da Corte de Constitucionalidade (CC) decidirem, por unanimidade, rejeitar os recursos de amparo a favor do presidente, deixando-o exposto a enfrentar a justiça comum pela acusação de chefiar a estrutura de fraude na alfândega.

Na quarta-feira, o Congresso suspendeu, em votação histórica, a imunidade de Pérez, atendendo à solicitação da Promotoria e da Comissão da ONU contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), que acusam o chefe de Estado de participar do esquema de corrupção.

O escândalo, revelado em abril, deflagrou uma onda de manifestações que levaram à renúncia da vice-presidente, Roxana Baldetti, atualmente cumprindo prisão preventiva por seu suposto envolvimento no caso.

A crise política sem precedentes na Guatemala ocorre a poucos dias de os guatemaltecos irem às urnas. No próximo domingo, eles elegerão o presidente que assumirá em 14 de janeiro.

Promotoria confia em condenação de Pérez

A procuradora-geral do país, Thelma Aldana, declarou à AFP que o processo penal contra o governante terminará com uma sentença condenatória.

"Há uma ação penal (contra Pérez) e iremos a debate (julgamento). Depois, a uma sentença que, de acordo com a minha apreciação e com o que conheço do caso, terá que ser condenatória", disse Aldana, nomeada pelo próprio Pérez em maio de 2014.

"Neste momento, temos liberdade absoluta de investigar qualquer linha que estimemos pertinente no caso do senhor presidente", acrescentou.

O juiz aposentado colombiano Iván Velásquez, titular da CICIG, disse que com a retirada da imunidade do presidente, o Congresso "cumpriu o papel que lhe correspondia".

"Este é um processo que apenas começa, é preciso entender que estamos em uma etapa inicial e que agimos com toda a prudência e responsabilidade", disse Velásquez.

Menchú: despertar da população

Para a Prêmio Nobel da Paz e líder indígena Rigoberta Menchú, a convulsão social que o país está vivendo é um despertar da população, indignada com a corrupção estatal.

"É um grande despertar da população, é um despertar mas também é um exemplo cívico. Fico impressionada com a integração das marchas, pacíficas e multissetoriais", declarou, em entrevista à AFP, a ganhadora do Nobel da Paz em 1992.

"Este país foi dividido pela violência, pela tragédia, pelo engano", acrescentou, após criticar Pérez por considerá-lo uma pessoa "perigosa" por seu passado militar contrainsurgente, que teria participado do genocídio de indígenas durante os 36 anos de guerra no país (1960-1996).

Enquanto isso, o gabinete na Guatemala do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Oacnudh) anunciou que se mantém vigilante para "prevenir possíveis manifestações violentas" durante as eleições gerais.

Apesar do isolamento político no qual está Pérez e do clamor popular exigindo sua renúncia, o porta-voz presidencial, Jorge Ortega, afirmou nesta quarta-feira que o presidente não pretende renunciar.


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