(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Necrópsia de ex-núncio processado por pedofilia indica morte natural


postado em 29/08/2015 11:10

Josef Wesolowski, o ex-núncio polonês que seria o primeiro processado no Vaticano por abusos sexuais de menores de idade, morreu na madrugada de sexta-feira de causas naturais relacionadas a um problema cardíaco, anunciou neste sábado o Vaticano, comunicando os primeiros resultados da necrópsia.

O procurador do Vaticano ordenou a necrópsia após Jozef Wesolowski ser encontrado morto em seu domicílio, onde estava em prisão domiciliar desde setembro de 2014.

Uma freira que vivia no mesmo imóvel teria o encontrado sem vida, em frente a sua televisão, ainda ligada, nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, segundo o jornal italiano Il Messaggero.

Uma comissão de três especialistas, coordenada pelo professor Giovanni Arcudi, médico legista da Universidade de Roma Tor Vergata, realizou a necrópsia na sexta-feira à tarde.

"De acordo com as conclusões iniciais da avaliação macroscópica, a causa natural da morte, relacionada a um evento cardíaco, é confirmada".

"Nos próximos dias, a promotoria irá receber os resultados subsequentes dos exames laboratoriais habituais da Comissão".

O velório de Jozef Wesolowski ocorrerá na segunda-feira, dia 31 de agosto, às 17 horas na capela do governadoria do Vaticano, segundo informou o padre Ciro Benedettini.

O velório será conduzido por seu compatriota, o arcebispo polonês Konrad Krajewski. A cerimônia será aberta a todos os fieis, mas fotos e vídeos estão vetados.

O corpo do defunto será transferido para a Polônia, a pedido de sua família, "segundo todas as probabilidades" já no dia seguinte, de acordo com o padre Benedettini.

Esta morte súbita terminou abruptamente com o primeiro julgamento no Vaticano por abuso sexual de menores.

O ex-núncio de 67 anos, que atuou na República Dominicana, tinha problemas de saúde e pelo menos desde dezembro sofria de depressão. Wesolowski foi internado em um hospital em julho, um dia antes do início de seu julgamento.

Na ocasião, suspeitou-se de uma tentativa de suicídio, já que fontes não oficiais do hospital romano Gemelli onde foi internado asseguraram à imprensa que ele havia dado entrada depois de ter ingerido uma mistura de medicamentos e álcool.

Julgado por atos de pedofilia com crianças de idade variando entre 13 e 16 anos e posse de grande quantidade de material pornográfico que ele baixou dos computadores da Santa Sé, o ex-núncio poderia pegar de seis a sete anos de prisão, sem contar com possíveis circunstâncias agravantes.

No plano canônico (justiça eclesiástica), ele havia sido julgado e punido em junho de 2014 pela Congregação para a Doutrina da Fé, que o reduziu ao seu estado laical, a pena máxima para um prelado.

O processo teria ilustrado a linha de conduta mais dura do Vaticano para enfrentar o escândalo dos abusos de padres pedófilos, principalmente nos anos 1960-1980.

As revelações a respeito nos últimos 15 anos desacreditaram profundamente a instituição da Igreja católica.

A Santa Sé anunciou em junho a criação de uma nova instância eclesiástica para punir os bispos culpados de negligência - ou cumplicidade - em relação aos padres pedófilos sob sua autoridade.

Além disso, uma comissão de especialistas internacionais auxilia há um ano o papa a encontrar meios para evitar os abusos pedófilos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)