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Estado de Minas

Dezenas de imigrantes mortos são encontrados em caminhão na Áustria

A polícia local informou que o veículo com mais de 20 corpos foi abandonado em uma estrada no leste do país, próximo da fronteira com a Hungria


postado em 27/08/2015 19:10 / atualizado em 27/08/2015 21:16

Polícia acredita que as vítimas eram imigrantes e que o caso se trata de uma operação de tráfico de pessoas(foto: AFP PHOTO / DIETER NAGL )
Polícia acredita que as vítimas eram imigrantes e que o caso se trata de uma operação de tráfico de pessoas (foto: AFP PHOTO / DIETER NAGL )

A polícia austríaca encontrou os corpos de dezenas de imigrantes em um caminhão nesta quinta-feira, uma tragédia que a chanceler alemã, Angela Merkel, classificou como uma advertência para a Europa, pressionada para solucionar sua pior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial.

A descoberta macabra foi anunciada em um momento em que Merkel participava, em Viena, de uma cúpula com os dirigentes dos países dos Bálcãs, que exigiram um plano de ação da UE para conter esta onda migratória que os afeta diretamente. De acordo com a polícia, o veículo, que continha entre 20 e 50 corpos, foi encontrado abandonado em uma área de descanso de uma estrada do estado de Burgenland (leste), perto da Hungria, também sobrecarregada com a chegada em massa de migrantes.

A placa do veículo, que carregava a logo de uma empresa avícola eslovaca, era húngara. Ele teria saído de Budapeste na quarta-feira de manhã, e dele saíam "fluídos de corpos em decomposição", segundo as autoridades. Ainda não é possível determinar o número exato de vítimas, devido ao estado avançado de putrefação dos corpos, de acordo com a polícia. "Hoje é um dia sombrio (...) esta tragédia afeta a todos nós", declarou a ministra do Interior da Áustria, Johanna Mikl-Leitner.

A polícia húngara participará da investigação, anunciou Budapeste, já que o veículo tinha placa desse país. O motorista do caminhão era romeno. "Tudo indica que as vítimas eram imigrantes e que se tratou de uma operação de tráfico de pessoas", declarou Janos Lazar, porta-voz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.

A Europa enfrenta sua maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial. Desde o início de 2015, recebeu um número recorde de migrantes procedentes de zonas de conflito na África, Ásia e Oriente Médio. Desde o começo do ano, mais de 107 mil migrantes chegaram à Itália por mar e 157 mil, à Grécia, segundo um balanço publicado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Comoção

"Estamos todos comovidos com esta notícia terrível", declarou a chanceler alemã, após saber da notícia. Isto "é uma advertência para que comecemos a trabalhar para resolver o problema e demonstrar solidariedade", acrescentou.

Merkel reconheceu que os países dos Bálcãs enfrentam enormes desafios ao acolher dezenas de migrantes que estão em trânsito rumo a países da União Europeia. "Nossa responsabilidade é ajudar estes países", sustentou.

Macedônia e Sérvia, as duas nações pelas quais transita o maior número de migrantes em direção à Europa ocidental, pediram em Viena uma resposta europeia à crise. "Enfrentamos (...) uma verdadeira migração de povos, e Sérvia e Macedônia são os países de trânsito", disse o ministro sérvio das Relações Exteriores, Ivica Dacic.

Seu colega macedônio, Nikola Poposki, disse que seu país acolhe todos os dias 3.000 migrantes procedentes da Grécia e que chegou o momento de agir. A rota dos Bálcãs do oeste é o caminho seguido por milhares de sírios ou iraquianos que fogem da guerra, assim como por albaneses, kosovares e sérvios que partem em busca de uma vida melhor.

De ônibus, trem ou a pé, as cenas de caos se multiplicam nos países do leste da Europa à medida que milhares de migrantes avançam rumo ao continente. Nos sete primeiros meses de 2015, o número de imigrantes nas fronteiras da União Europeia chegou a 340 mil contra 123.500 no mesmo período de 2014, segundo a agência Frontex, encarregada das fronteiras externas do espaço Schengen.

No Mar Mediterrâneo, mais de 2.300 perderam a vida desde o começo do ano tentando chegar à costa da Europa, segundo balanço feito em meados de agosto pela OIM. Nesta quinta-feira, o balanço voltou a aumentar com pelo menos 30 migrantes que morreram no naufrágio, em frente à costa líbia, de uma embarcação com 200 pessoas a bordo que pretendiam cruzar o Mediterrâneo para chegar à Europa.

Ao mesmo tempo, a guarda costeira italiana anunciou ter coordenado o salvamento de 1.400 migrantes em frente à costa líbia, onde três mil foram resgatados na quarta-feira.

Barreira na Hungria

A Hungria, membro da UE e do espaço Schengen - com livre circulação no interior de suas fronteiras - se tornou o maior ponto de entrada dos migrantes que chegam por terra. Este país não participou, no entanto, da cúpula de Viena. Os migrantes continuavam se dirigindo em massa à Hungria a partir da fronteira sérvia, e um novo recorde foi estabelecido na quarta-feira, com a chegada de 3.241 pessoas, informou nesta quinta-feira a polícia.

O fluxo aumentou faltando pouco para que a Hungria termine a construção de uma barreira de 175 km para conter os migrantes provenientes da Sérvia. As autoridades anunciaram que a obra estará concluída em 31 de agosto.

A Romênia anunciou que reforçará "preventivamente" a segurança de sua fronteira com a Sérvia, já que teme que os migrantes tentem passar por seu território ante a impossibilidade de atravessar a fronteira sérvio-húngara. A Romênia é membro da UE, mas não do espaço Schengen.

A Alemanha, que se prepara para receber 800 mil pedidos de asilo este ano, flexibilizou este processo para os sírios que fogem da guerra civil em seu país.


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