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Estado de Minas

Paquistão enfoca homem por crime que ele teria cometido aos 14 anos


postado em 04/08/2015 11:49

Karachi, 04 - O Paquistão executou um homem nesta terça-feira condenado por matar um garoto de 7 anos em 2004, quando segundo sua família e seus advogados o suspeito tinha apenas 14 anos, apesar das críticas internacionais contra a sentença. A polícia insistia que Hussain tinha 23 anos no momento do crime, mas grupos de direitos humanos afirmaram que as autoridades apreenderam e não liberaram documentos como o registro escolar dele, que poderia comprovar se ele era ou não um menor de idade.

Autoridades enforcaram Shafqat Hussain pouco antes do amanhecer em uma prisão de Karachi, disse Iqbal Hassan, um funcionário do braço judicial da prisão. A família recebeu o corpo e deve levá-lo para um funeral em sua vila, na Caxemira.

A execução de Hussain havia sido adiada quatro vezes, devido à controvérsia de se impor a pena capital contra alguém por um crime que teria sido cometido quando ele era menor. Após o fracasso de sua última apelação, Hussain permaneceu no corredor da morte por mais um mês por causa do início do Ramadã, um mês sagrado de jejum para os muçulmanos.

O Parlamento impôs uma moratória em suas execuções em 2008, mas acabou com ela em dezembro, após um ataque do Taleban contra uma escola militar em Peshawar matar 150 pessoas, em sua maioria crianças. Alguns militantes foram executados, mas também outros condenados.

Grupos pelos direitos humanos dizem que o Parlamento tem cerca de 8 mil pessoas no corredor da morte. Eles têm criticado o governo paquistanês pela retomada das execuções, dizendo que a polícia geralmente tortura para obter confissões, inclusive Hussain. As autoridades negam a existência do problema.

A Anistia Internacional qualificou a execução como "um dia muito triste" para o Paquistão. "Um homem cuja idade permanece alvo de divergências e cuja condenação foi baseada em tortura pagou agora com sua vida - e por um crime pelo qual não pode ser imposta a pena capital, de acordo com a lei internacional", afirmou David Griffiths, diretor de pesquisas para o sul da Ásia da Anistia Internacional. Fonte: Associated Press.


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