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Estado de Minas

Mulá Mansur, braço direito do mulá Omar, é novo líder dos talibãs


postado em 31/07/2015 10:10

Os talibãs afegãos anunciaram nesta sexta-feira a eleição do sucessor do falecido mulá Omar, o mulá Akhtar Mansur, seu braço direito, em um momento em que os rebeldes se envolveram em negociações de paz e enfrentam a concorrência do grupo Estado Islâmico.

A direção dos talibãs também nomeou dois adjuntos, o mulá Haibatullah Akhundzada, ex-chefe dos tribunais talibãs, e Sirajuddin Haqqani, filho de Jalaludin Haqqani, líder de um braço da rebelião talibã considerado próximo dos serviços secretos paquistaneses.

"Após a morte (do mulá Omar), o conselho de direção e os dignitários muçulmanos de todos os países nomearam como líder seu amigo próximo e ex-braço direito, o mulá Akhtar Mansur", indicaram em um comunicado publicado em seu site.

O mulá Akhtar Mansur, de etnia pashtun, assim como seu antecessor, "era considerado digno de confiança e uma pessoa idônea para assumir estas duras responsabilidades" quando o mulá Omar ainda vivia, explicaram os talibãs.

Sua designação, no entanto, não foi alvo de consenso, já que alguns comandantes preferiam o filho do mulá Omar, o mulá Yaqub, de 26 anos, considerado por outros muito jovem e sem experiência.

"Vários membros do conselho, incluindo três membros fundadores dos talibãs, se opuseram à indicação de Akhtar Mansur", explicou à AFP um membro da Shura de Quetta, órgão central dos talibãs.

"O mulá Mansur é considerado como próximo ao Paquistão, o que explica as divergências no seio da liderança dos talibãs", especificou uma autoridade que pediu o anonimato.

Moderado favorável à paz

Mansur terá que liderar a insurgência, dividida e ameaçada pela concorrência do grupo Estado Islâmico (EI) em seu território, em um contexto de convocação a participar de um processo de paz.

As autoridades afegãs acusaram durante muito tempo o Paquistão de dirigir os talibãs, em sua luta contra as forças da Otan e seus aliados afegãos, ou de acolher dirigentes da rebelião para utilizá-los no momento oportuno para Islamabad.

No entanto, no início de julho o Paquistão organizou um primeiro encontro oficial entre dirigentes talibãs e representantes do governo de Cabul com o objetivo de colocar em andamento as negociações de paz, sob supervisão de Estados Unidos e China.

Devido à incerteza gerada pela morte do mulá Omar e "a pedido da direção dos talibãs afegãos", o Paquistão anunciou o adiamento indefinido da segunda rodada de negociações de paz entre os rebeldes islamitas e o governo afegão, que estava previsto para esta sexta-feira em seu território.

Mas isso não significa que elas tenham sido anuladas. "O mulá Mansur é um moderado, favorável à paz e às negociações", ressaltou Abdul Hakim Mujahid, antigo talibã convertido em membro do Alto Conselho Afegão para a Paz, um organismo dirigido por Cabul para pactar com os rebeldes islamitas.

"Acredito que, sob seu mandato, o processo de paz será reforçado e os talibãs serão integrados no curso político afegão", acrescentou em uma entrevista à AFP.

Os Estados Unidos, que defendem uma reconciliação afegã, estimaram que a morte do mulá Omar representava "claramente um momento oportuno (...) para que os talibãs assinem uma verdadeira paz com o governo afegão", segundo um porta-voz do departamento de Estado americano.

Mas os analistas mantêm seu ceticismo em relação à rápida retomada deste diálogo, destinado a estabilizar um país afundado em 14 anos consecutivos de guerra e que enfrenta um aumento da violência após a saída, em dezembro, da maior parte do contingente da Otan.

Também se preocupam com a emergência no Afeganistão dos jihadistas do EI, que se opõem às negociações de paz e que podem aproveitar as novas divisões no seio dos talibãs para intensificar seu recrutamento no território de seu rival islamita.


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