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Estado de Minas

Migrante morre ao tentar chegar à Inglaterra por Eurotúnel


postado em 29/07/2015 14:25

Um migrante sudanês morreu em uma tentativa desesperada de ir da França para a Inglaterra através do túnel sob o Canal da Mancha, em uma nova noite na qual, assim como ele, centenas de pessoas tentaram se aproximar do terminal da empresa Eurotúnel.

Enquanto isso, um egípcio lutava por sua vida nesta quarta depois de ter sido eletrocutado em uma estação de trem de Paris quando tentava entrar clandestinamente no trem Eurostar.

O homem foi eletrocutado na estação de trem Gare du Nord quando tentava pular do teto de um trem para outro. Ele foi levado a um hospital em estado grave, segundo uma fonte próxima ao caso.

A empresa Eurostar se limitou a indicar que o tráfico foi interrompido no início da tarde devido a um corte de energia relacionado ao acidente com uma pessoa.

Estes novos incidentes levaram o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, a anunciar o envio de 120 policiais adicionais à zona de Calais (norte), em particular ao redor do terminal ferroviário do Eurotúnel.

O migrante sudanês morreu na madrugada desta quarta-feira, durante a qual foram registradas 1.500 tentativas de invasão no terminal do Eurotúnel.

Trata-se da nona pessoa que perde a vida perto das instalações do Eurotúnel em Calais desde o início de junho.

A situação é muito preocupante, declarou nesta quarta-feira em Cingapura o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que disse que seu governo colaborava estreitamente com o francês para enfrentá-la.

O Eurotúnel anunciou que desde 1º de janeiro havia interceptado mais de 37.000 migrantes que tentavam viajar clandestinamente à Grã-Bretanha.

O migrante sudanês encontrado morto nesta quarta-feira tinha entre 25 e 30 anos e foi atingido por um caminhão que saía de um ferry, indicou uma fonte policial.

Na madrugada de terça-feira havia sido registrado um pico de 2.000 tentativas, disse o Eurotúnel, informando que era "a tentativa mais importante em um mês e meio".

Há várias semanas, muitos migrantes tentam quase diariamente cruzar o túnel do Canal da Mancha para chegar à Inglaterra.

A ministra britânica do Interior, Theresa May, recebeu na terça-feira a visita de Cazeneuve para analisar a situação.

Nesta quarta-feira, May presidirá em Londres uma reunião do comitê Cobra, integrado por ministros e autoridades de segurança.

A pressão migratória é muito forte em Calais, o ponto de passagem em direção à Grã-Bretanha mais próximo do continente.

Há anos, a cidade francesa atrai milhares de clandestinos que querem se instalar na Grã-Bretanha.

As obras de segurança realizadas no início de junho no porto - instalação de barricadas e cercas de arame farpado - praticamente impossibilitaram os imigrantes de ter acesso aos caminhões que embarcam nos ferrys em direção à Inglaterra.

Por esta razão, os clandestinos se direcionaram aos arredores do terminal do Eurotúnel, um espaço de 650 hectares e 28 km de cercas muito mais difícil de vigiar.

O Eurotúnel mobilizou 200 agentes de segurança nos últimos dias para impedir as invasões no terminal, cujos arredores também são protegidos por mais de 300 policiais.

No fim de julho, 3.000 migrantes, principalmente eritreus, etíopes, sudaneses e afegãos, encontram-se na região de Calais, segundo números oficiais.

O Eurotúnel solicitou aos governos de França e Grã-Bretanha uma indenização de 9,7 milhões de euros para compensar os gastos em segurança desde 1º de janeiro por este movimento.

Cazeneuve acusou o Eurotúnel de não ter feito os esforços necessários diante do "agravamento da situação", em uma carta dirigida ao presidente da empresa, à qual a AFP teve acesso.

O ministro recriminou o Eurotúnel por ter dividido por três, desde 2002, os meios humanos destinados à segurança.

O Eurotúnel destacou, no entanto, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, os investimentos em segurança realizados nos últimos anos.

"Desde o surgimento de clandestinos na zona de Calais, o Eurotúnel" investiu "maciçamente nos meios físicos (cercas, iluminação, câmeras, barreiras infravermelhas) e humanos de proteção do terminal", disse a empresa.

Foram investidos "mais de 160 milhões de euros, dos quais 13 milhões no primeiro semestre de 2015", acrescentou o comunicado da empresa.

"Os efetivos de vigilância duplicaram, alcançando 200 pessoas, entre elas unidades caninas", acrescentou.


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