O ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, afirmou nesta terça-feira, em Madri, que a Venezuela "tem um logo caminho a percorrer em termos de direitos humanos, como tornaram públicos inúmeros pronunciamentos das Nações Unidas".
As declarações são a resposta do chanceler às duras críticas do presidente venezuelano Nicolás Maduro a uma lei de segurança pública aprovada pelo governo de Madri.
Na véspera, o chanceler espanhol convocou o embaixador da Venezuela na Espanha para transmitir seu mal-estar "pelos inaceitáveis insultos" de Maduro contra o chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy.
"O governo espanhol lamenta que o presidente da República Bolivariana da Venezuela recorra reiteradamente a afirmações desrespeitosas", assinala o ministério em um comunicado.
No domingo, Maduro reagiu com veemência à visita de vários senadores espanhóis a Caracas.
"Rajoy é um mercenário do povo", afirmou o presidente venezuelano na televisão, falando sobre uma lei aprovada por Madri e conhecida como "lei da mordaça", muito criticada pela oposição, que a considera um ataque à liberdade de expressão.
"Que diriam se pego a lei do mercenário Rajoy e a converto em lei na Venezuela? Diriam que é ditadura, o fim do mundo, me chamariam de tudo", acrescentou.
Estas declarações geraram mal-estar em Madri, que convocou o embaixador venezuelano pela segunda vez em três meses, a primeira delas em abril, depois de Maduro chamar Rajoy de racista.
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