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Estado de Minas

Multidão de fiéis assiste à primeira missa campal de Francisco no Equador

Liturgia durou quase duas horas no parque Los Samanes


postado em 07/07/2015 00:25 / atualizado em 07/07/2015 07:27

(foto: AFP PHOTO / LUIS ROBAYO)
(foto: AFP PHOTO / LUIS ROBAYO)
O papa Francisco reuniu nesta segunda-feira, em Guayaquil, 800 mil fiéis sob um sol abrasador e pediu mais ajuda e serviços sociais para as famílias, sufocadas por problemas, na primeira missa campal de sua visita à América do Sul. Uma multidão exausta pela exposição a temperaturas de até 32º C e longas vigílias escutou a liturgia de quase duas horas no parque Los Samanes.

De volta à América do Sul dos "frágeis" e "vulneráveis", Francisco dedicou a homilia à família, um dos grandes desafios de seu pontificado, diante dos males que a assola, como as "doenças", a "falta de amor" e de trabalho.

"A família constitui a 'grande riqueza social' que outras instituições não podem substituir, que deve ser ajudada e potencializada, para não perder nunca o sentido justo dos serviços que a sociedade presta aos cidadãos", disse. "De fato, estes não são uma forma de esmola, mas uma verdadeira dívida social com relação à instituição familiar, que tanto aporta ao bem comum de todos", afirmou.

Francisco arrancou risos dos fiéis ao usar uma metáfora para descrever a disposição da Igreja de atender os problemas que as famílias enfrentam ao invés de condená-los. A Igreja "não é uma mãe que reclama, nem uma sogra, que vigia para rir das nossas imperícias, dos nossos erros ou desatenções. Maria, simplesmente é mãe! Está ali, atenta e solícita", destacou.

A mensagem de Francisco calou fundo entre os presentes, que suportaram um calor extremo com jatos d'água lançados pelos bombeiros. No entanto, algumas pessoas perderam a consciência e precisaram ser socorridas. Olimpia Herrera, uma professora de 62 anos, se disse convencida pelas palavras do pontífice.

"Estávamos precisando [deste testemunho] porque há muitos lares que estão desintegrados", disse à AFP. A crise da família será um dos temas que serão debatidos em outubro no Vaticano durante o sínodo dos bispos, no qual serão fixados os critérios com os quais a Igreja do século XXI encarnará as mudanças das sociedades modernas, como a família monoparental, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e o acesso à comunhão para os divorciados que voltarem a se casar.

"O vinho é sinal de alegria, de amor, de abundância. Quantos dos nossos adolescentes e jovens percebem que em suas casas faz tempo isso falta. Quantos idosos se sentem deixados de fora da festa de suas famílias, em um canto", clamou o Papa. Ainda assim, Francisco se mostrou muito otimista com o futuro da família: "O melhor vinho está por vir naqueles que hoje veem tudo desabar".


"Não vou cobrar-lhes nada"

A primeira missa a céu aberto celebrada pelo papa em sua viagem de oito dias por Equador, Bolívia e Paraguai contou com 800 mil fiéis, calculou o ministro do Interior, José Serrano, em sua conta no Twitter. As autoridades aguardavam até 1,5 milhões de fiéis. Na terça-feira, o papa celebrará uma segunda missa campal em Quito, no parque Bicentenário, onde são esperadas um milhão de pessoas.

Antes de ir a Los Samanes, Francisco fez um trajeto de carro até o santuário do Senhor da Divina Misericórdia, durante a qual voltou a receber demonstrações de carinho de pessoas que se amontoaram dos dois lados da via.

Já na capela, reuniu-se com um grupo de convidados, aos quais surpreendeu com um pedido: "Eu os abençoo. Não, não vou cobrar nada de vocês, mas peço, por favor, que rezem por mim. Prometem?", disse o sumo pontífice, arrancando risos dos presentes. Em seu regresso a Quito, o Papa se reuniu durante meia hora com o presidente Rafael Correa, mas o conteúdo do encontro não foi divulgado.

Após a reunião, Francisco fez um novo apelo para que não haja diferenças e exclusões no Equador. "Vou dar a benção (...) para este grande e nobre povo equatoriano; para que não haja diferenças (...), que não haja gente que se descarte. Que todos sejam irmãos, que se incluam todos e que não haja ninguém excluído desta grande nação", disse o Papa em visita à catedral metropolitana.

Durante a tarde, Francisco visitou o colégio Javier dos jesuítas, também em Guayaquil, onde se reencontrou - após 30 anos - com o padre Francisco Cortés ou padre Paquito, que lhe ajudou no ensino de jovens quando Francisco era reitor de um colégio em Buenos Aires. "Foi um encontro emotivo, muito familiar", contou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano. Em seu primeiro dia no Equador, Francisco já deu demonstrações da simplicidade e da afetividade que o tornaram famoso no mundo: deixou que tirassem 'selfies' com ele no aeroporto de Quito, permitiu que um jornalista beijasse sua mão e foi de repente a abençoar fiéis que o aclamavam à noite nos arredores do Núncio Apostólico, onde está alojado, não sem antes pedir que deixassem os vizinhos dormir.


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