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Estado de Minas

Grécia vota em referendo que pode decidir seu futuro


postado em 05/07/2015 10:10

Os gregos começaram a votar neste domingo em um referendo sobre as últimas propostas apresentadas a Atenas pelos seus credores, cujo resultado poderia determinar o destino do país na zona do euro e o destino do governo de Alexis Tsipras.

"Ninguém pode ignorar a vontade do povo de viver, de viver com determinação, de assumir as rédeas do seu destino", declarou o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que pediu aos eleitores que digam "não" às últimas propostas dos credores do país (BCE, Comissão Europeia, FMI).

"Hoje é um dia de festa e alegria, porque a democracia é alegria e quando vence o medo é uma libertação (...) O povo grego expressará não só a mensagem de que continua a fazer parte da Europa, mas que quer viver nesta comunidade com dignidade", assegurou Tsipras logo após votar, se dizendo "otimista".

Quase 10 milhões de gregos chamados a votar poderão fazê-lo até 16H00 GMT (13h00 de Brasília), e os primeiros resultados são esperados a partir das 18H00 GMT (15h00 de Brasília).

Com este referendo, o governo de Tsipras espera ficar mais forte nas negociações, graças a um "Não", com o qual obteria o apoio de, pelo menos, metade do povo grego.

Mas os credores promovem o "Sim" e apresentaram o "Não" como o equivalente a uma saída da Grécia da zona do euro.

"Devemos aceitar o plano de acordo apresentado pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional no Eurogrupo de 25 de junho de 2015, composto por duas partes que formam sua proposta conjunta?", está é a pergunta.

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, que prometeu renunciar em caso de vitória do "Sim", comemorou "um momento sagrado, um momento de esperança para a Europa".

Gregos divididos

Em frente ao colégio da rua Skoufa, no centro de Atenas, havia uma dúzia de eleitores esperando para votar.

Michelis, de 80 anos, camisa azul e calça bege, declarou que votaria no 'Não', "porque é melhor para o país". "Se votarmos 'Não', vão nos levar mais a sério", acrescentou, referindo-se aos credores.

Por sua vez, Theodora, uma jornalista aposentada de 61 anos, disse que votaria no 'Sim', porque é um 'Sim' "à União Europeia".

No bairro popular de Pangrati, em Atenas, Katerina, de 56 anos e eleitora do Syriza, ainda hesitava, a poucos metros da urna. Ela faz parte do 10% de indecisos. "Normalmente, eu sei muito bem o que votar, mas desta vez é tão difícil, estamos nervosos, não sei o que escolher".

As quatro últimas pesquisas publicadas apontam para um resultado apertado no referendo, três dão vitória ao "Sim", uma ao "Não".

Europa não pode acabar assim

Após cinco meses de infrutíferas negociações entre o governo grego, formado pelo partido Syriza de Tsipras e o partido ANEL, e os credores do país, o primeiro-ministro decidiu convocar este referendo.

Os credores acordaram à Grécia desde 2010 240 bilhões de euros em ajuda ou promessas de empréstimos, mas não realiza qualquer transferida há quase um ano, já que o governo rejeita aprovar algumas reformas consideradas socialmente muito difíceis.

Pawel Tokarski, analista da Fundação de Ciência e Política (SWP) de Berlim, acredita que o voto "vai determinar o curso futuro da integração europeia".

No entanto, o ministro das Finanças grego, disse que a partir de segunda-feira "haverá um acordo", independentemente do resultado.

Neste sentido, o presidente do Conselho italiano, Matteo Renzi, disse neste domingo ao jornal Il Messaggero "que um país tão importante como a Grécia não pode acabar assim".

"É claro que, no dia seguinte, teremos de voltar a conversar", lançou.

Por sua parte, o ministro francês da Economia, Emmanuel Macron, declarou que "seja qual for o voto (na Grécia), nós retomarem as conversações políticas a partir de amanhã" e não cederemos à tentação de "esmagar um povo".


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