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Estado de Minas

Últimas conversas técnicas entre o Irã e as grandes potências


postado em 05/07/2015 08:55

Os negociadores iranianos e das grandes potências tentavam neste domingo concluir o trabalho técnico antes da chegada a Viena dois líderes políticos para um possível, mas incerto, acordo final sobre o programa nuclear de Teerã.

Após meses de intensas negociações, as grandes potências iniciaram no sábado um fim de semana de negociações cruciais sobre o programa nuclear iraniano, a última etapa antes de um possível acordo histórico, que é esperado para terça-feira, o mais tardar.

Contudo, um avanço decisivo nas negociações ainda era esperado no nono dia desta rodada final, ainda que indícios de um acordo tenham aparecido timidamente.

Especialistas e diplomatas trabalham dia e noite em um "texto de 20 páginas, com cinco anexos, totalizando entre 70 e 80 páginas", segundo Abbas Araghchi, um dos principais negociadores iranianos.

O objetivo é apresentar aos ministros um projeto o mais preciso e consensual possível, de modo que os políticos tomem as decisões finais.

Os ministros das Relações Exteriores começam a retornar neste domingo à capital austríaca, para se juntar aos seus colegas americano, John Kerry, e iraniano, Mohammad Javad Zarif.

O objetivo de um eventual acordo é impedir que o programa iraniano tenha uma dimensão militar, em troca do levantamento das sanções internacionais que afetam o Irã.

Os iranianos exigem uma retirada rápida e total das sanções, enquanto o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França, China e Alemanha) defende um processo gradual e reversível em caso de violação do acordo.

Segundo uma nova lei, se o Congresso americano receber o texto do acordo antes de 9 de julho, terá 30 dias para se pronunciar, mas além desta data, disporá de 60 dias para examiná-lo.

"O prolongamento das negociações não é uma opção para ninguém. Não é para nós, não é para os outros. Estamos tentando terminar os trabalhos neste momento. Mas se isso vai acontecer, eu não posso dizer com certeza", declarou Araghchi à televisão estatal.

"Muitos progressos"

"Estamos realmente no fim da partida", disse a jornalistas um alto funcionário do governo americano. "Estamos realizando muitos avanços, não há dúvida disso", acrescentou.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, declarou neste sábado que a sua organização poderia concluir ainda este ano a investigação sobre a "possível dimensão militar" (PMD) do programa nuclear do Irã, um dos pontos-chave do processo.

Amano fez estas declarações a jornalistas que o cercaram em Teerã, onde se reuniu com o presidente iraniano, Hassan Rohani.

A PMD é um dos aspectos mais delicados das negociações. A AIEA suspeita que Teerã pode ter conduzido pesquisas, pelo menos até 2003, com o objetivo de adquirir a bomba atômica, e quer acesso aos cientistas envolvidos, bem como aos documentos e instalações que poderiam ter abrigado estas investigações.

O Irã sempre negou qualquer intenção em adquirir arsenal militar nuclear, alegando que os documentos nos quais a AIEA se baseia são falsos.

"Realizamos progressos", assegurou Amano, cuja agência poderia desempenhar um papel crucial na monitorização de um eventual acordo entre o Irã e as grandes potências.


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